Ensino Ensino

O NICEN oferece os Bacharelados Interdisciplinares, que são cursos de graduação relativamente novos no país e, por isso, podem gerar muitas dúvidas naqueles que estão tendo o primeiro contato. Por esse motivo, trazemos informações a seguir que podem facilitar a compreensão do que ele é, como e quando surgiu, sua estrutura e o mercado de trabalho para o qual direciona.

 

O que é um Bacharelado Interdisciplinar?

A escolha de um curso de graduação pode ser muito complicada para o estudante que está no ensino médio. Pode acontecer dele não conseguir escolher um curso específico, mas saber a área de seu maior interesse. 

Um Bacharelado Interdisciplinar (BI) é um curso de graduação de natureza generalista em uma das grandes áreas de conhecimento, tal como saúde, artes, humanidade ou ciência e tecnologia, e que se caracteriza pela flexibilidade acadêmica.

O aluno que opta por um BI escolhe apenas a grande área e pode experimentar suas nuances antes de decidir se quer continuar com uma formação generalista ou direcionar seus estudos para um campo específico.

O ingresso em um BI em Ciência e Tecnologia, por exemplo, permite conhecer suas diversas componentes ao ter contato com disciplinas de física, química, matemática e computação. Essa familiaridade com a área e experimentação dá ao estudante tempo e maturidade para fazer uma escolha mais consciente, podendo, inclusive, não optar por nenhuma área específica e manter sua formação mais generalista.

Parte da flexibilidade do curso reside no fato que apenas um grupo de disciplinas é obrigatório para todos os alunos. São elas que garantem conhecimentos sólidos dos assuntos essenciais para qualquer profissional daquela área e o caráter interdisciplinar da graduação. As demais disciplinas são escolhidas pelo discente de acordo com seus interesses e com as habilidades que deseja conquistar. Isso faz com que as chances de arrependimento em relação à escolha do curso sejam muito baixas.

Um BI normalmente tem dois ou três anos de duração e pode ser considerado, também, como um primeiro curso, uma vez que o aluno pode decidir seguir para uma de suas áreas específicas e sair com mais um diploma. Por exemplo, o Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia (BICT) do NICEN-UFPE tem duas opções de cursos específicos: Matemática Aplicada e Ciências de Materiais. Aquele que escolher um deles, ao concluir, terá dois diplomas: o de bacharel interdisciplinar em Ciência e Tecnologia e o de bacharel em Matemática Aplicada ou em Ciência de Materiais.

 

Por que e quando surgiu? 

O mundo tem mudado rapidamente em diversos aspectos. Os problemas e demandas que a realidade impõe não podem mais, em geral, serem atendidos sem o trabalho conjunto de duas ou mais áreas de conhecimento. Essas mudanças fazem com que frequentemente surja a necessidade de profissionais cada vez mais versáteis e capazes de se adaptarem.

Para oferecer uma formação que se alinhe com a realidade, é preciso pensar novos formatos de ensino, o que faz com que a educação interdisciplinar ganhe espaço. Nas discussões sobre a estrutura acadêmica adequada, a proposta do professor Anísio Teixeira preparada para a Universidade de Brasília na década de 60 teve destaque, culminando na implantação de bacharelados interdisciplinares que funcionam em regime de ciclos. Nesse processo também foi importante a implementação em 2006 do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), que além de aumentar o número de vagas das universidades, incentivava a construção de uma nova estrutura acadêmica, a fim de melhorar o processo formativo na graduação.

A primeira instituição a ter um curso desse tipo foi a Universidade Federal do ABC, UFABC, que em 2005 abriu o primeiro bacharelado interdisciplinar, sendo na área de Ciência e Tecnologia (C&T). Atualmente existem por volta de 40 cursos distribuídos em 19 universidades, incluindo recentemente a UFPE. 

A estrutura dos bacharelados interdisciplinares está descrita nos Referenciais Orientadores para os Bacharelados Interdisciplinares e Similares, documento elaborado pelo Grupo de Trabalho instituído pela Portaria SESU/MEC No. 383, de 12 de abril de 2010, e a versão atualizada da proposta apresentada à Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação em sua reunião de 7 de julho de 2010 (Disponível em http://reuni.mec.gov.br).

 

Organização em ciclos 

Essa estrutura educacional é baseada em um regime de ciclos e pode contemplar até três deles.

Primeiro ciclo

O primeiro ciclo é o próprio Bacharelado Interdisciplinar, curso caracterizado por uma formação generalista interdisciplinar na grande área escolhida, priorizando o diálogo entre áreas de conhecimento e entre componentes curriculares de forma transversal. Essa formação valoriza os conceitos, a ética e a cultura e é obrigatória para os dois ciclos seguintes.

Segundo ciclo 

Este tem caráter específico e profissionalizante. Um aluno do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia da UFPE, por exemplo, pode ter mais afinidade e interesse pela matemática e escolher continuar seus estudos no Bacharelado em Matemática Aplicada. Esse direcionamento é iniciado ainda durante o primeiro ciclo com a escolha da área de suas disciplinas não obrigatórias. Veja mais informações em BICT.

Terceiro ciclo

Destinado à pós-graduação, este ciclo pode ser iniciado logo após o primeiro.

 

Mercado de trabalho 

Como já foi mencionado, o primeiro bacharelado interdisciplinar do Brasil surgiu em 2005, sendo, portanto, um formato relativamente novo com o qual o mercado de trabalho ainda não está acostumado. No entanto, o curso possui características que são muito interessantes aos empregadores.

Os bacharelados interdisciplinares possuem uma estrutura bastante dinâmica e têm como um de seus propósitos ampliar a comunicação entre as diversas áreas do saber e os vários setores da sociedade, incorporando uma configuração inovadora com o intuito de atender às demandas sociais em suas diferentes esferas.

Um bacharel interdisciplinar tem conhecimentos amplos e articulados e é um profissional flexível, inovador, capaz de se adaptar às mudanças sociais e tecnológicas e apto a resolver problemas em sua área de atuação. Essas características fazem com que o mercado de trabalho valorize e procure cada vez mais profissionais com essa formação. Maiores informações podem ser encontradas na aba BICT.