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Ex-alunos notáveis: JOÃO PESSOA
JOÃO PESSOA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE, advogado e político, nasceu na cidade de Umbuzeiro, Paraíba, no dia 24 de janeiro de 1878. Filho de Cândido Clementino Cavalcanti de Albuquerque e Maria de Lucena Pessoa, fez seus primeiros estudos em Umbuzeiro. Em 1889 foi levado para a cidade de Guarabira, no brejo paraibano, por sua tia paterna, Feliciana Cavalcanti de Albuquerque Paes Barreto casada com o capitão do exército Emílio Barreto. Com a transferência do tio para o Rio de Janeiro foi morar na capital federal, mudando em seguida para o estado da Bahia. Em 1894, João Pessoa volta à Paraíba, ingressa no Liceu Paraibano e incorpora voluntariamente no 27º Batalhão de Infantaria.
Em 1899, foi nomeado amanuense da Faculdade de Direito do Recife, onde se matriculou e concluiu o curso em 1903. Ocupou também, os cargos de subsecretário em 1901 e sub-bibliotecário em 1907.
Exerceu a advocacia e as funções de professor e delegado do ensino no Recife até 1910, quando resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro, sendo nomeado como representante da Fazenda nos processos de desapropriação para o melhoramento dos portos brasileiros. Após ser aprovado em concurso público para a Justiça Militar, foi nomeado, em 1918, auditor da Marinha e, em 1919, ministro do Supremo Tribunal Militar, do qual se aposentou para se candidatar a Presidente do estado da Paraíba.
Foi eleito pelo Partido Republicano da Paraíba, presidente daquele Estado, no dia 22 de junho de 1928 e empossado três meses depois. João Pessoa era sobrinho de Epitácio Pessoa, que foi presidente da República (1919-1922) e sobrinho-neto do Barão de Lucena, presidente da província de Pernambuco (1872-1875) e ministro do governo de Deodoro da Fonseca (1889-1891).
Em 1929, negando-se a apoiar a candidatura de Júlio Prestes à Presidência da República, foi indicado pela Aliança Liberal como candidato à Vice-Presidência da República, em oposição ao Governo Federal, na chapa encabeçada por Getúlio Vargas e articulada pelos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Sendo derrotado, enfrentou rebeliões na Paraíba, como a do município de Princesa, comandada pelo coronel José Pereira, que apoiava Júlio Prestes. Ordenou a invasão, pela polícia paraibana, de escritórios e residências de suspeitos de receptar armamentos para os rebeldes, conseguindo abafar a rebelião.
Pouco depois, no dia 26 de julho de 1930, em viagem ao Recife, João Pessoa foi assassinado, com dois tiros à queima roupa numa confeitaria Glória, na Rua Nova, centro da cidade, por João Dantas, seu adversário político, jornalista, cuja residência fora invadida por elementos da polícia, supostamente a mando de João Pessoa, que culminou com a publicação nos jornais da capital do estado de cartas íntimas trocadas com a professora Anaíde Beiriz.
O fato teve uma grande repercussão no Brasil, motivando muitas manifestações populares e é considerado como um dos fatores que desencadearam a Revolução de 1930. Foi em sua homenagem que a partir do dia 4 de setembro de 1930, a capital do estado da Paraíba, antes denominada de "Parahyba", passou a se chamar João Pessoa.
FONTES CONSULTADAS
ANDRADE, Maria do Carmo. João Pessoa (político). Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=374. Acesso em: 21 jan. 2021.
COUTINHO, Amélia. João Pessoa. In: ABREU, Alzira Alves de et al (coords.). Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, Pós-1930. Rio de Janeiro: CPDOC, 2010. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/joao-pessoa-cavalcanti-de-albuquerque. Acesso em: 21 jan. 2021.
FACULDADE DE DIREITO DO RECIFE; MARTINS, Henrique. Lista geral dos bacharéis e doutores que tem obtido o respectivo grau na Faculdade de Direito do Recife, desde sua fundação em Olinda, no anno de 1828, até o anno de 1931. Recife: Typ. Diário da Manhã, 1931.
FRANCA FILHO, Marcílio Toscano. Um marceneiro no ‘Supremo Tribunal Militar’. Disponível em: https://www.jota.info/paywall?redirect_to=//www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/um-marceneiro-no-supremo-tribunal-militar-26072020. Acesso em: 21 jan. 2020.
FRANCA FILHO, Marcílio Toscano. Flores, Navalhas e martelos nos 90 anos da Revolução de 1930. Disponível em: https://genjuridico.jusbrasil.com.br/artigos/907441451/flores-navalhas-e-martelos-nos-90-anos-da-revolucao-de-1930. Acesso em: 21 jan. 2020.