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Um programa para idosos

Por Gilson Edmar
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Os indicadores demográficos atuais apontam um crescimento contínuo da população idosa em todas as regiões do mundo. Esse fato é decorrente de uma série de fatores. O desenvolvimento da ciência e da tecnologia permite uma significativa modernização das técnicas diagnósticas e dos procedimentos terapêuticos, levando a um permanente controle dos agravos que ocorrem nas faixas etárias mais avançadas e, em conseqüência, uma maior expectativa de vida.

 

Cada vez mais as pessoas estão sendo conscientizadas da necessidade de praticar ações destinadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças. Os diversos sistemas de comunicação vêm orientando a população mundial para a preservação do meio ambiente, para a utilização de uma alimentação adequada, para a prática de atividade física, entre outras diversas ações que permitem uma maior longevidade ao ser humano.

 

Por outro lado, observa-se um crescimento na prevalência de determinadas patologias, principalmente aquelas próprias do idoso, em especial as doenças degenerativas. Por isso, é imperioso que se proporcione espaços e oportunidades para prevenir essas patologias, levando a que as pessoas possam ter envelhecimento fisiológico e saudável.

  

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) criou na década de 90, por sugestão da professora Kátia Magdala, do Departamento de Terapia Ocupacional, a Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati). Para sua implantação, foi convidado o professor Renato Veras, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). A nossa Unati iniciou suas atividades e começou a receber, a partir daí, pessoas acima dos 60 anos, oferecendo atividades, tanto esportivas e físicas, como cognitivas, entre outras. Nossos novos alunos podem se matricular em cursos de língua estrangeira, de informática, na prática da dança, da natação, da ginástica, ou em outras várias opções. A receptividade foi tanta, que foi criada uma associação dos usuários da Unati, atuando com eficiência, em parceria com a UFPE, na programação, na organização e na execução das diversas ações.

 

A Unati cresceu em atividades e em número das pessoas participantes. No início, localizou-se no térreo do prédio do antigo restaurante universitário, mudando-se para as dependências do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Nesta ocasião, como diretor do CCS, tive a oportunidade de acompanhar de perto essa importante atividade da UFPE. Como ação extensionista, a Unati passou a ser ligada à Pró-Reitoria de Extensão, tendo sido criado o Programa Pró-Idoso, englobando também o Núcleo de Atenção ao Idoso (NAI). A professora Ana Paula Marques foi convidada a dirigir o Pró-Idoso, acumulando com a Coordenação da Unati, e a professora Márcia Carrera para coordenar o NAI. A atuação abnegada destas nossas docentes do Departamento de Medicina Social vem promovendo uma ampliação significativa dos dois setores.

 

O NAI, que inicialmente estava localizado numa dependência do prédio do CCS, passou a dar atendimento multidisciplinar aos pacientes idosos: na área médica, através das especialidades da neurologia, psiquiatra, reumatologia, entre outras, além das áreas da odontologia e da psicologia, por exemplo. Aos poucos, o ambiente foi ficando pequeno. Identificou-se um prédio próximo ao Departamento de Fisioterapia, sendo adaptado para abrigar o NAI, permitindo que a Unati ocupasse o antigo local de atendimento.

 

Hoje, a UFPE está com um programa digno da nossa sociedade. Além das atividades já citadas, o Programa Pró-Idoso proporciona oportunidade para a formação de profissionais, por meio de estágios de graduação e de pós-graduação, como também campo de pesquisas nestas áreas do conhecimento. O sucesso do programa estimula os participantes, os usuários, os dirigentes a darem continuidade a essa relevante atividade, permitindo que a UFPE cumpra o seu compromisso social, como uma das suas missões.

 

Publicado em 29.10.2008 no Jornal do Commercio

Date of last modification: 31/10/2016, 10:50

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