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Dr. Ignácio Xavier de Carvalho

Ilustração do Dr. Ignácio Xavier de Carvalho – Fonte: BNDigital do Brasil 

Há 150 anos nascia, Ignácio Xavier de Carvalho, ou simplesmente Xavier de Carvalho, era, além de poeta – um notável sonetista, contista, Juiz de Direito, Promotor Público, Professor de Literatura, Francês e Direito, e colaborou com jornais da sua época.

Ignácio Xavier de Carvalho, nascido em São Luís, Maranhão, em 26 de agosto de 1871, filho do Coronel Francisco Xavier de Carvalho e de Dona Marianna Alves de Carvalhos. Neto pela parte paterna do Capitão Ignácio Joaquim de Carvalho e sua mulher Dona Constância Joaquina de Carvalho e pela materna do Capitão Dyonisio Alves de Carvalho e sua mulher Dona Candida Rosa Pereira de Carvalho. Desse consórcio teve sete filhos: Antônio Xavier de Carvalho, Domingos Xavier de Carvalho, Ignácio Xavier de Carvalho, Francisco Xavier de Carvalho Júnior, Constância Xavier de Carvalho, Candida Margarida de Carvalho e Maria José de Carvalho Fontes.

Fez estudos de humanidades no velho Liceu Maranhense. Ingressou no Curso Jurídico na Faculdade de Direito do Recife em março de 1890, após ter sido aprovado nos exames preparatórios. Com 22 anos de idade, foi laureado com o diploma de bacharel em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito do Recife a 18 de maio de 1893. Seu irmão Antônio Xavier de Carvalho, nascido em 10 de abril de 1867, bacharelou na mesma faculdade em 23 de novembro de 1886, conforme consta no registro de Bacharel que consta na Faculdade de Direito do Recife.

Retornou a sua terra natal, onde ingressou na magistratura, exercendo sucessivamente os cargos de Promotor Público e Juiz Municipal, acumulando-os exerceu, no antigo Liceu Maranhense, a cátedra de Literatura, de modo a granjear as simpatias de toda uma geração sempre ávida de ouvir-lhe as preleções eruditas.

Em 1894, advogava, recebendo sua clientela em seu escritório.

Fonte: Diario do Maranhão (MA) - 08 de janeiro de 1894

Transferindo-se para o Estado de Minas Gerais, foi juiz municipal em abaeté e em seguida chamado ao Amazonas exerceu o cargo de Procurador-geral do Estado.

Ocorreu um momento de muita dor pela grande perda familiar, pois seu irmão Antônio Xavier de Carvalho, que faleceu em 19 de abril de 1897 – conforme o Jornal de Caxias: Órgão Commercial e Noticioso.   

Em 08 de novembro de 1917, no jornal A Pacotilha, publica uma oração proferida por Ignácio Xavier de Carvalho em homenagem à Gonçalves Dias.

Fonte: Pacotilha (MA) - 08 de novembro de 1917
 

Em 24 de maio de 1911, civil e religiosamente, consorciou-se com Maria da Piedade Prado Carvalhal, o ato religioso foi celebrado pelo Sr. Bispo Diocesano e realizou-se na Catedral, conforme o jornal A Pacotilha de 25 de maio de 1911. 

Em 1917, foi nomeado juiz substituto federal da secção do Pará, cargo em que foi aposentado com a extinção da magistratura federal nos Estados.

Em sua terra natal, integrou, em companhia com Antônio Lobo e Fran Paxeco, entre outros, a Oficina dos Novos, movimento de renovação literária empreendido por um grupo de escritores maranhense no início do século XX.

Ignácio Xavier de Carvalho entrou, como poeta, e 1893, com o livro "Frutos Selvagens"– São Luís,1893, e filiando-se mais tarde a escola simbolista, publicou em 1902, no Amazonas, onde era secretário do superior Tribunal de Justiça, as “Missas Negras”   – Manaus, 1902, 48, p., que fizeram  assinalado sucesso. Posteriormente, em Belém, editou o volume Parábolas e Parábolas – versos humorísticos – Pará, 199, 32p, sonetos embebidos de leve e picante humorismos.

Poeta de delicada emotividade, os surtos de seu estro valeram-lhe justas consagrações pelas críticas do país.

Fonte: Recorte do Diário de São Luiz, Edição de 09 de abril de 1921. 

No dia 19 de abril de 1920, os jornais da época (O Jornal, Pacotilha ) divulgaram o falecimento do seu irmão, que após doloroso padecimento, faleceu em sua residência, à Rua das Hortas, Nº 75, às 20 horas, o estimado clínico Maranhense Dr. Domingos Xavier de Carvalho, membro de distinta família Local e contava com 47 anos de idade.

Aos 51 anos de idade, Dr. Ignácio Xavier de Carvalho, foi surpreendido com a notícia de haver falecido em sua terra natal a sua venerada progenitora, após ligueira enfermidade, Dona Marianna Alves de Carvalho, morreu ao 79 anos, ao cair a noite do dia 13 de abril de 1922. A Matriarca faleceu na casa do seu genro, Joaquim Fontes, a praça Gonçalves Dias, deixando cinco filhos, de acordo que esta escrito no Diario de São Luiz, edição de 15 de abril de 1922.  

Após um ano e quase 5 meses da partida da sua mãe, ocorreu o falecimento do seu genitor, que vinha de um longo e doloroso padecimentos, em sua residência, cita à rua rio Branco Nº 59, em 08 de setembro de 1923 – às 20 horas, com 81 anos de idade, o Coronel Francisco Xavier de Carvalho – antigo e conceituado negociante na praça de São Luiz, tendo feito parte da diretoria dos Bancos comercial e Hipotecário e seu sepultamento foi realizado no outro dia – conforme menciona o registro fúnebre do Coronel Francisco Xavier de Carvalho no jornal Folha do Povo - 10 de setembro de 1923
Em 1924, noticiaram nos jornais da época (Diário de S. Luiz, Folha do Povo), o falecimento de uma filha adotiva da senhorita Olga Lauande, que tinha 17 anos, filha do falecido Salim Lauande e de Dona Adélia Lauande, ocorrido na vizinha cidade de Belém. Era professora diplomada, residia em companhia da família do distinto Conterrâneo Dr. Ignácio Xavier de Carvalho. 

Em 07 de agosto de 1924, publicado na primeira página do jornal Folha do Povo, onde exibe o seguinte soneto em homenagem a memória da sua querida filha adotiva – Olga Lauande, dedicou o primoroso poeta conterrâneo Ignacio Xavier de Carvalho.

Fonte: Folha do Povo (MA) - 07 de agosto de 1924
 

Academia Maranhense de Letras, foi fundada a 10 de agosto de 1908, por Antônio Lobo, Alfredo de Assis Castro, Astolfo Marques, Barbosa de Godóis, Corrêa de Araújo, Clodoaldo Freitas, Domingos Barbosa, Fran Paxeco, Godofredo Viana, Ignácio Xavier de Carvalho, Ribeiro do Amaral e Armando Vieira da Silva. Sendo membro da Academia Maranhense de Letras, cuja obra tem sido relembrada pelas publicações do centenário dessa Academia, em 2008, e por pesquisadores como Ricardo Leão, Patrícia Durans e Leopoldo Vaz, os quais têm, como diz o próprio Leopoldo com base na voz de Pierre Nora, “evitando que o presente se transforme num processo do esquecimento e da perda de identidades”. Foi o primeiro a ocupar a cadeira número 9, cujo patrono é Gonçalves Dias. Em decorrência do aumento do número de cadeiras na Academia, foi escolhido patrono da cadeira de número 37, inicialmente ocupada pelo poeta Ribamar Pereira. 

Jornalista, sua pena foi sempre uma clava contra a opressão e a violência, consagrando-se, com ardor pela causa coletiva, sempre demostrado nos prélios que sustentou com fecunda imaginação e honestidade profissional.

Em São Luiz, dirigiu o Diário Político o Maranhão, o poeta de inspirado estro, o Dr. Xavier de Carvalho deixa numerosa colaboração literária nos jornais e revistas do Maranhão, do Pará e Amazonas, tendo publicado pouca coisa em livro.

A verdade é que esse intelectual múltiplo permaneceu pouco tempo na capital maranhense. Em périplo pelo Brasil, no exercício da magistratura passou por Minas Gerais, Amazonas, Pará, e depois transferido como magistrado para o Rio, onde faleceu.

Aos 72 anos de idade, faleceu pela manhã, em sua residência no Distrito Federal, a 17 de maio de 1944, o Dr. Ignácio Xavier de Carvalho, magistrado federal aposentado e conhecido homem de letras. O sepultamento foi no mesmo dia às 17 horas, saindo o féretro da casa onde ocorreu o óbito, a Rua voluntários da Pátria nº 190, casa XII, para o cemitério de São João Baptista. 

Deixou viúva D. Maria da Piedade Carvalhal Xavier de Carvalho, de cujo consórcio houve uma filha, a Sra. Vera Xavier de Carvalho Muller, esposa do Sr. Dr. João Pedro Muller, advogado no foro do Distrito Federal e professor da Estola Técnica Secundária Amaro Cavalcanti.

Obras
“Frutos Selvagens” – São Luís, 1893.
“Missas Negras” – Manaus, 1902, 48, p.
“Parábolas e Parabolas”, versos humorísticos – Pará, 1919, 32 p.
“Caixa de Fósforos”, volume de verso satíricos.

Fontes Consultadas:

>> Academia Maranhense de Letras - AML - Inácio Xavier de Carvalho - Biografia».. 

>> Acervo Digital - Missas Negras - Inacio Xavier de Carvalho

>>  Biblioteca Digital Luso-Brasileira - BNDigital do Brasil  - Ignacio Xavier de Carvalho : [retrato]

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Diario do Maranhão (MA) - 22 de março de 1890

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Pacotilha (MA) - 19 de maio de 1893

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Diario do Maranhão (MA) - 08 de janeiro de 1894

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Jornal de Caxias : Orgão Commercial e Noticioso (MA) - 24 de abril de 1897

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Pacotilha (MA) - 25 de maio de 1911

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Pacotilha (MA) - 08 de novembro de 1917

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - O Jornal (MA) -  21 de abril de 1920

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Pacotilha (MA) - 21 de abril de 1920

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Pacotilha (MA) - 28 de abril de 1920

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Diario de São Luiz (MA) - 09 de abril de 1921

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Diario de S. Luiz (MA) - 15 de abril de 1922

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - O Paiz (RJ) – 28 de abril de 1922

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Folha do Povo (MA) - 30 de junho de 1923

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Folha do Povo (MA) - 10 de setembro de 1923

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Diario de S. Luiz (MA) - 1 de julho de 1924

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Folha do Povo (MA) - 1 de julho de 1924

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Folha do Povo (MA) - 07 de agosto de 1924

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Jornal do Brasil (RJ) - 18 de maio de 1944 

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Diario de Noticias (RJ) - 18 de maio de 1944 

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - Jornal do Commercio (RJ) - 18 de maio de 1944

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - O Jornal (RJ) - 19 de maio de 1944

>> Biblioteca Nacional digital Brasil - O Imparcial (MA) - 28 de maio de 1944

>> Certidão de idade de 1884 - Antônio Xavier de Carvalho  - Acervo do Arquivo da FDR

>> Lista geral dos bacharéis e doutores que tem obtido o respectivo grau na Faculdade de Direito do Recife, desde a sua fundação em Olinda, no ano de 1828, até o ano de 1931

>> Livro de Registro de diplomas de Doutores 1881 - 1894 - pág. 127V - Acervo do Arquivo da FDR 

>> Miranda. Antônio  - Inácio Xavier de Carvalho

>> Revista do Léo, Número 24.1, Setembro De 2019 - Ignácio Xavier de Carvalho - Recortes & Memória  - Published on Aug 8, 2019  

Data da última modificação: 26/08/2021, 13:11