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Professor Antonio Paulo de Morais Rezende recebe título de Professor Emérito da UFPE
Solenidade ocorreu no auditório do Centro de Educação, ontem (9) à tarde
O professor Antônio Paulo de Morais Rezende, do Departamento de História do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) recebeu ontem (9), à tarde, no auditório do Centro de Educação (CE), o título de Professor Emérito da UFPE.
Fotos: David Sales
Reitor e vice-reitor entregam o título a Antonio Paulo
A mesa da solenidade foi composta pelo reitor Alfredo Gomes; vice-reitor Moacyr Araújo; a diretora do CFCH, Conceição Lafayette; a pró-reitora de Extensão e Cultura, Conceição Reis, representando todos os pró-reitores; a professora Isabel Guillen, do Departamento de História, que foi a responsável pelo discurso panegírico; a presidenta da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Márcia Ângela Aguiar, professora do curso de Pedagogia da UFPE; o coordenador da Pós-Graduação em História, George Cabral; o chefe do Departamento de História, Rômulo Xavier; a professora Janete Azevedo, representando a diretoria do CE; além do homenageado.
Seguindo o protocolo da solenidade, antes de sentar-se à mesa, o professor Antonio Paulo foi conduzido ao auditório pela Comissão de Honra, cujos membros foram escolhidos por ele mesmo e foi composta pela professora Conceição Lafayette, professora Edvânia Aguiar, professora Regina Guimarães, pela técnica Sandra Regina Martins de Albuquerque, professor Antônio Jorge de Siqueira, professor Antônio Montenegro, professor Flávio Teixeira, professor José Batista Neto, e professor Paulo Henrique Martins.
O reitor Alfredo Gomes, durante a cerimônia, que estava repleta de familiares, amigos e ex-alunos do professor Antonio Paulo de Morais Rezende, afirmou “o quanto é honroso para a UFPE tê-lo entre nossos professores eméritos”. “A Universidade ganha ao ter o professor Antonio Paulo entre os professores eméritos, pois, assim, ele será para sempre lembrado. É também uma marca da nossa gestão nomear mais professores eméritos das áreas de Humanas, além de Tecnologia e Ciências. Estamos conseguindo fazer isso e nomear o professor Antonio Paulo é uma grande felicidade”, disse. Ao final da cerimônia, o reitor leu uma poesia de autoria do professor Antonio Paulo e entregue a ele naquela tarde.
O novo professor emérito agradece, emocionado, a homenagem
O homenageado, durante suas palavras de agradecimento, disse estar bastante emocionado naquela tarde e discursou, com o seu conhecido bom-humor, sobre sua carreira acadêmica e sobre o que acredita ser a definição de ‘História’. “Passei mais de 20 anos pra tentar definir o que vem a ser a História e ainda não sei o que é. Mas, se me perguntarem hoje, acho que digo que a História é a construção da possibilidade. Ela não está acabada, cimentada, está sempre em construção. E só podemos pensar em História, com a concepção do Tempo. Existe o Tempo das coisas passadas, o Tempo do presente e o do futuro”, explicou o professor Antonio Paulo, mostrando que o verdadeiro professor nunca deixa de ensinar.
Sobre a sua carreira, ele falou que fez a escolha pelo afeto, algo que, quem foi seu estudante, há muito já sabia. “Em determinado momento, eu escolhi pela afetividade. Escolhi lecionar a História de um modo diferente, sem ser apenas por fatos e datas. E, portanto, ao fazer essa escolha, não poderia ser um professor duro em classe, não é verdade? Na pós-graduação, todos tiravam A. Avaliações? Fazia avaliações coletivas. Isso não era bagunça, era anarcoafetividade, ou seja, ter responsabilidade com o afeto. Os alunos que não queriam nada com a vida passavam longe das minhas salas. Só tinha gente do bem. Eu escolhi trabalhar a História pelo lado do afeto; então, minhas aulas eram sobre a solidão, o desamparo, a depressão, tudo que tem a ver com o nosso tempo, talvez, por isso, tanta gente se interessasse. E a interdisciplinaridade era constante, abordava Psicanálise e Literatura o tempo todo”, explicou o professor Antonio Paulo, com um sorriso no rosto. Ao fundo da sala, seus ex-alunos penduraram uma faixa com os dizeres: “Ser amado como professor é mérito. Antonio Paulo é pop!”. O que, pelo visto, a UFPE inteira concorda.
Faixa de ex-alunos em homenagem ao docente
“A história da UFPE é a nossa história, de cada um que faz parte daqui com a gente. É louvável esse reconhecimento da trajetória do professor Antonio Paulo. Eu precisaria de três vidas pra fazer tudo o que ele realizou na sua vida acadêmica. (risos) Meus parabéns, professor!”, congratulou o vice-reitor Moacyr Araújo.
CARREIRA - Antônio Paulo graduou-se em Direito (1975) pela Universidade Federal de Pernambuco, mas foi na área de História que se notabilizou e exerceu toda sua vida profissional/acadêmica. Fez mestrado em História (1981) pela Universidade Estadual de Campinas, doutorado em História Social (1992) pela Universidade de São Paulo e pós-doutoramento (1998) também pela Universidade de São Paulo.
Ao longo de sua trajetória de 35 anos de exercício efetivo na UFPE, atuou em diversas esferas acadêmicas e administrativas. Lecionou nos cursos de graduação e pós-graduação. Participou, na Universidade Federal de Pernambuco, de 330 bancas de conclusão de curso de graduação, de qualificação e de doutorado. Atuou ainda como orientador de mestrado, doutorado ou supervisor de pós-doutorado de cerca de 90 pós-graduandos, além de ter exercido o cargo de vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em História da UFPE.
Foi também professor visitante nas Universidades Federal de Alagoas e do Pará, além da Universidade Católica de Pernambuco. Atuou como consultor ad hoc da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) e da Fapesp, além de ser membro do conselho editorial de revistas como Árius: Revista de Ciências Humanas e Artes, Revista Brasileira de História, revista Saeculu do Programa de Pós-Graduação em História da UFPB, Clio: Revista de Pesquisa Histórica do Programa de Pós-Graduação em História da UFPE e revista do Programa de Pós-Graduação em História da Unesp. Tem participação como pesquisador no Grupo História, Política, Memória e Imagem do CNPq.
Em seu legado de produção científico-acadêmica, constam 18 artigos publicados em periódicos, sendo ainda autor ou coautor de 55 livros, entre eles “(Des)encantos modernos: histórias da cidade do Recife na década de vinte”, “O Recife – Historias de Uma Cidade” e “Uma Trama Revolucionária? do Tenentismo à Revolução de 30”. Destacou-se ainda na área de gestão como assessor na Secretaria de Educação do Recife, desempenhando papel de relevância para a qualificação dos profissionais de ensino.