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Professor da UFPE é coautor de artigo internacional sobre o livro de imagem “Migrantes” no processo de educação literária

Trabalho foi publicado na revista internacional sobre literatura infantil “Children's Literature in Education”

A autora peruana Issa Watanabe conta a história de um grupo de personagens em busca de um lugar melhor para viver no livro de imagem “Migrantes” (2019). O resultado despertou a atenção do professor Clecio Bunzen, do Departamento de Ensino e Currículo (DEC) da UFPE, e das professoras da Universidade do Minho (Portugal) Íris Susana Pires Pereira e Maitê Gil O trio escreveu o artigo “Wordless Picturebooks as Resources for the Construction of the Pedagogy of Multiliteracies. The Case of Migrants, by Issa Watanabe”, publicado na revista internacional sobre literatura infantil “Children's Literature in Education”. 

Sem fazer uso das palavras, Issa Watanabe constrói uma narrativa que toca em temas como diversidade, solidariedade, empatia, sofrimento, medo, morte e esperança. Os personagens são animais antropomorfizados, inspirados em espécies encontradas em diferentes partes do mundo. Eles saem de um local com árvores desfolhadas carregando poucos pertences e, ao longo da jornada, enfrentam situações como atravessar o mar revolto em um barco lotado.

A obra de Issa Watanabe já foi publicada e premiada em diferentes países, inclusive no Brasil, onde foi eleita o melhor livro de imagem no Prêmio FNLIJ 2022, que é promovido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).

Íris Susana, Maitê e Clecio Bunzen queriam saber até que ponto o texto visual de “Migrantes” poderia se tornar um recurso para o desenvolvimento da pedagogia de multiletramentos – proposta pedagógica elaborada pelo New London Group. Ou seja, pensar em como inserir por meio da leitura das narrativas visuais as múltiplas linguagens e as múltiplas culturas no contexto escolar.

Para responder ao questionamento, o trio fez um estudo semiótico focado na identificação dos principais significados presentes no livro e em como eles são representados visualmente. Observou-se, por exemplo, quais foram as cores escolhidas por Issa Watanabe para as ilustrações e as expressões faciais dos personagens nas diferentes situações.

“Nossas descobertas revelam o papel proeminente dos recursos semióticos, tais como o antropomorfismo, os vetores, as cores, a posição e a ausência de limites do quadro na página, na realização visual de significados-chave, como diversidade, jornadas, morte e empatia”, afirmam os pesquisadores.

O trio continua: “Com base nessas descobertas, apresentamos ‘Migrantes’ como um texto literário extraordinário para iniciar as crianças na aprendizagem visual”. Junto a isso, Íris, Maitê e Clecio destacam que, por meio da história dos personagens, a obra pode levar um tema social relevante para as salas de aula.

“Consideramos que a nossa investigação contribui para a compreensão de que os livros ilustrados sem palavras são chamados a desempenhar um papel de destaque na construção da agenda pedagógica dos multiletramentos”, opinam os pesquisadores.

Mais informações
Professor Clecio Bunzen

clecio.bunzen@gmail.com

Data da última modificação: 03/01/2024, 08:47