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Pesquisadores desenvolvem modelo celular inédito para investigar efeitos da coinfecção por tuberculose e covid-19
Os resultados ajudam a explicar por que algumas pessoas, mesmo sem comorbidades, evoluíram para formas graves da covid-19

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desenvolveram um modelo celular inovador que permite investigar, com mais precisão, os impactos da coinfecção entre Mycobacterium tuberculosis – agente causador da tuberculose – e o Sars-CoV-2, vírus responsável pela covid-19. Intitulado Efficient cell model for assessing inflammatory responsive genes in Mycobacterium tuberculosis and Sars-CoV-2 co-infection (em tradução livre: “Modelo celular eficiente para avaliar genes de resposta inflamatória na coinfecção por Mycobacterium tuberculosis e Sars-CoV-2”), o estudo revelou que a coinfecção desencadeia uma inflamação exacerbada e favorece o crescimento viral, comprometendo os mecanismos de defesa do organismo. Os resultados ajudam a explicar por que algumas pessoas, mesmo sem comorbidades, evoluíram para formas graves da covid-19. A pesquisa, conduzida por cientistas da UFPE em parceria com a Fiocruz Pernambuco, foi publicada na forma de artigo pela ScienceDirect, ferramenta de pesquisa editada pela Elsevier.
O estudo foi realizado pelas pesquisadoras Thays Maria Costa de Lucena, Débora Elienai de Oliveira Miranda, Juliana Vieira de Barros Arcoverde, Mariana Souza Bezerra Cavalcanti e Jaqueline de Azevedo Silva, vinculadas ao Laboratório de Genética Humana e Biologia Molecular do Departamento de Genética, do Centro de Biociências (CB) da UFPE, e ao Setor de Biologia Molecular do Instituto Keizo Asami (iLika). Também participaram Virginia Maria Barros de Lorena e Michelle Christiane da Silva Rabello, do Laboratório de Imunoparasitologia da Fiocruz Pernambuco; além de Willyenne Marilia Dantas e Lindomar José Pena, do Laboratório de Virologia e Terapia Experimental, também da Fiocruz PE.
O artigo trata de um modelo celular inédito de coinfecção entre o Mycobacterium tuberculosis e o Sars-CoV-2, desenvolvido com o objetivo de estudar os efeitos da infecção simultânea em pacientes com tuberculose ativa ou inativa. O modelo permite a análise de genes inflamatórios ativados em células humanas infectadas, simulando condições reais de coinfecção. Os testes mostraram que a presença prévia do M. tuberculosis – mesmo em sua forma latente – pode favorecer o aumento da carga viral do Sars-CoV-2 e provocar uma resposta inflamatória desregulada, dificultando o controle da infecção e agravando o quadro clínico.
A relevância da pesquisa se acentua especialmente no contexto de Pernambuco, região considerada endêmica para a tuberculose. O modelo desenvolvido representa uma ferramenta promissora para compreender as interações entre diferentes patógenos respiratórios e o impacto dessas interações no sistema imunológico. Além disso, os dados gerados podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes, para o monitoramento clínico de populações vulneráveis e para a formulação de políticas públicas em saúde.
O artigo foi recentemente aceito para publicação na revista científica Tuberculosis e encontra-se disponível on-line desde 1º de julho.