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Usando inteligência artificial, cientistas descobrem que apenas um em cada cem pessoas no Brasil consomem alimentos biodiversos
O professor Ulysses Paulino de Albuquerque, do Departamento de Botânica da UFPE, integrou a equipe
Um grupo de cientistas de diferentes universidades do Brasil realizou uma pesquisa sobre a biodiversidade dos alimentos consumidos pela população brasileira. Eles descobriram que, apesar de o Brasil ser um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo, o consumo de alimentos biodiversos é muito baixo. O professor Ulysses Paulino de Albuquerque, do Departamento de Botânica, do Centro de Biociências da UFPE, integrou essa equipe. A pesquisa, em formato de artigo, está disponível aqui.
Alimentos biodiversos são recursos alimentícios que geralmente são negligenciados ou possuem uso restrito a certos grupos e contextos geográficos. Os alimentos biodiversos analisados nesta pesquisa foram representados pelas plantas alimentícias não convencionais, cogumelos comestíveis e carne de animais selvagens.
Para desenvolver o estudo, os pesquisadores utilizaram dados de uma pesquisa nacional sobre alimentação e estimaram a frequência de consumo de alimentos biodiversos. Os autores também levaram em conta nesse estudo variáveis socioeconômicas, como idade, sexo, escolaridade e segurança alimentar. Técnicas de inteligência artificial foram utilizadas na análise de dados de modo a revelar os fatores sociais que levam ao consumo de plantas alimentícias não convencionais.
Os resultados mostraram que apenas 1,3% da população brasileira consome alimentos biodiversos, e que esse consumo varia de acordo com a área geográfica, etnia e condições socioeconômicas. A pesquisa também revelou que o consumo de plantas alimentícias não convencionais pode ser um indicador de vulnerabilidade social.
Os cientistas alertam para a importância de se considerar o contexto socioeconômico ao promover o consumo de alimentos biodiversos, a fim de evitar reforçar estigmas e percepções de privilégio em torno dos alimentos. A pesquisa destaca a necessidade de políticas públicas e campanhas de conscientização culturalmente adaptadas para aumentar o consumo consciente de alimentos biodiversos, o que pode ajudar a melhorar a qualidade das dietas e promover a segurança alimentar no país.