O projeto SIST-Farma, que visa a produção de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi apresentado nesta segunda-feira (3) ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A equipe da iniciativa pretende para diminuir a dependência do Brasil em relação à importação desses ingredientes fundamentais para a fabricação de medicamentos e de vacinas. A nacionalização é importante, por exemplo, para reduzir o risco de desabastecimento de medicamentos essenciais no Sistema Único de Saúde (SUS).

Foto: Júnior Anjos

Equipes da UFPE e do MCTI discutem parcerias

Diretor do Departamento de Programas Temáticos (DEPTE), que, na estrutura do MCTI, faz parte da Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos, Leandro Bortolozo Pedron elogiou o projeto. “Ele está muito bem estruturado, tem do início ao fim. Contempla a inovação disruptiva, com o desenvolvimento de expertises, e a inovação em produção, para que os produtos cheguem à indústria. Considera a cadeia produtiva que vai do desenvolvimento das pesquisas acadêmicas até a produção e a venda. Pensar e soberania nacional é fundamental. A pauta dos insumos é prioritária ara o presidente Luís Inácio Lula da Silva e para a ministra Luciana Santos. Falando especificamente sobre o MCTI, estamos pensando em ações em conjunto com o Ministério da Saúde”, afirmou, após citar a produção de vacinas durante a pandemia de covid-19 como um exemplo recente de como a pesquisa científica é estratégica para os países. 

Outro exemplo dos benefícios de um projeto como o SIST-Farma para a população brasileira está relacionado ao alto custo de alguns medicamentos. Há casos como os fármacos utilizados no tratamento de pessoas com câncer em que apenas uma dose pode custar centenas de reais.

O foco do SIST-Farma está justamente na produção de IFAs estratégicos para o SUS, por meio de uma infraestrutura multipropósito associada a um centro de produção e desenvolvimento (P&D) de fármacos. O sistema será capaz de realizar as etapas de escalonamento e produção dos IFAs escolhidos.

Além do SUS e do Sistema Suplementar de Saúde, laboratórios públicos, indústrias farmacêuticas privadas e startups com interesse no desenvolvimento de novos fármacos poderão ser impactados pela implementação do SIST-Farma, que atualmente está na fase de captação de recursos para a segunda fase do projeto (a elaboração da planta da construção e a aquisição de alguns equipamentos ocorreram na primeira fase).

Leandro foi apresentado ao SIST-Farma pelos pesquisadores Maira Galdino da Rocha Pitta (Departamento de Bioquímica), César Augusto Souza de Andrade (Departamento de Bioquímica) e Douglas Carvalho Francisco Viana (Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica Suely Galdino - Nupit SG), em reunião que contou com as presenças do reitor da UFPE, Alfredo Gomes; do vice-reitor Moacyr Araújo; e da pró-reitora de Pós-Graduação, Carol Leandro.

“O projeto oferece serviços para a realização de escalonamento de novos fármacos e determinação das condições técnicas para o desenvolvimento de formas farmacêuticas. Além de podermos ofertar insumos farmacêuticos para a produção de medicamentos estratégicos para o SUS, a internalização dessa produção em território nacional facilita o controle de qualidade dos IFAs pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). E poderemos estabelecer parcerias com laboratórios públicos e indústrias farmacêuticas para atender às demandas de encomendas tecnológicas do Ministério da Saúde”, explicou a professora Maria Galdino da Rocha Pitta. “Pernambuco tem um sistema pujante em Saúde e em tecnologias convergentes”, completou o professor César.

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Professora Maira Galdino da Rocha Pitta
maira.pitta@ufpe.br