O reitor da UFPE, Alfredo Gomes, participou de mesa-redonda com os reitores das instituições públicas de Ensino Superior do estado, na sexta-feira (20), à tarde, no auditório do Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz, no Campus Recife da Universidade, como parte do III Encontro Pernambucano de Educação, Ciência e Tecnologia, promovido pela Academia Pernambucana de Ciências (APC). Também fizeram parte da mesa o novo presidente da APC, professor Anderson Gomes (Departamento de Física/UFPE); o reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Marcelo Carneiro Leão; o vice-reitor da Universidade de Pernambuco (UPE), José Roberto de Souza Cavalcanti; o reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Télio Nobre Leite; e o reitor do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), José Carlos de Sá.

Foto: David Sales

Alfredo Gomes abordou o atual financiamento das universidades

Durante a mesa-redonda, foram discutidos vários tópicos fundamentais para melhorar o tripé balizador das instituições públicas de ensino superior: ensino, pesquisa e extensão. A questão da redução dos recursos e a recomposição ainda insuficiente repassada pelo Governo Federal foi pauta recorrente na fala de todos os reitores. Outros pontos foram a necessidade da capacitação dos docentes e a atualização das metodologias de ensino para auxiliar na redução da evasão discente – que vem crescendo assustadoramente nos últimos anos.

Alfredo Gomes, citando o sociólogo francês Pierre Bourdieu, afirmou que o campo da Educação é um campo subordinado à política e à economia. E completou dizendo que as instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) estão completamente subordinadas ao Congresso Nacional. “Se não mudarmos o modelo de financiamento, podemos passar por problemas parecidos no futuro, porque são ciclos de governos, e dependemos das decisões do Congresso. Precisamos diminuir essa dependência para poder andar com nossas próprias pernas e fazermos planos no longo prazo”, explicou.

Ele também citou o planejamento acadêmico que deve ser melhor organizado e integrado solidariamente com as outras instituições federais, inclusive, envolvendo o Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria de Educação. “Seria interessante haver essa integração maior para não haver um retrabalho ou que um trabalho seja feito por alguém e seria melhor realizado por outra instituição”, afirmou.

POSSE - A nova diretoria da Academia Pernambucana de Ciências (APC) tomou posse no mesmo dia, pela manhã, dentro do III Encontro Pernambucano de Educação, Ciência e Tecnologia. Anderson Stevens Leonidas Gomes assumiu a direção da APC para o biênio 2023/2025, sucedendo o ex-reitor da UFPE Anísio Brasileiro. Os outros membros da nova diretoria são: Aronita Rosemblat/UPE (1ª vice-presidenta); Helinando Oliveira/Univasf (2º vice-presidente); Alex Sandro Gomes/UFPE (secretário-geral); Edvânia Torres/UFPE (1ª secretária); Leonor Maia/UFPE (2ª Secretária) e Lourdinha Florêncio/UFPE (tesoureira).

Nos planos da nova gestão estão a implementação de uma política de integração entre jovens cientistas e a sociedade; a interiorização de eventos científicos; a realização de palestras sobre os assuntos científicos que impactam a sociedade; a aproximação das pautas científicas com as esferas políticas e parcerias com outras academias nacionais e internacionais, assim como entidades públicas e privadas.

Anderson Stevens Leônidas Gomes é físico, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia Mundial de Ciências (The World Academy of Sciences), da Sociedade Brasileira de Física (SBF) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Foi secretário de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (2010) e secretário de Educação de Pernambuco (2011/2012).

A Academia Pernambucana de Ciências (APC) é uma sociedade civil, de natureza científica e sem fins lucrativos, com sede em Recife-PE, e tem por finalidade promover o desenvolvimento de todos os setores do conhecimento humano, visando também a prestação de serviços à sociedade, seja por seus próprios recursos, seja em colaborações ou financiamentos públicos ou privados.