A proximidade geográfica entre Pernambuco e Paraíba contribui para uma sólida relação cultural que se fortalece em trânsito recíproco e contínuo. As histórias desses dois estados irmãos revelam um sem fim de artistas que fortaleceram a ponte estendida entre eles, como Ariano Suassuna, João Câmara e Miguel Santos. Um novo olhar sobre o intercâmbio artístico entre esses dois espaços pode ser apreciado a partir da próxima quinta-feira (26), às 16h, no Instituto de Arte Contemporânea/Centro Cultural Benfica da UFPE a partir da exposição “Entre Dois Rios”, fruto de uma parceria entre e a UFPE e UFPB, através do IAC e da Pinacoteca UFPB, respectivamente. A mostra segue em cartaz até 16 de janeiro e pode ser visitada de segunda a sexta, das 8h30 às 17h. A entrada é gratuita. Visitas mediadas em grupo podem ser agendadas através do e-mail iac.cultura@ufpe.br.

Com curadoria do professor Gabriel Bechara (UFPB), a mostra coletiva é composta por trabalho de jovens artistas paraibanos e pernambucanos, ora ainda alunos dos cursos do Departamento de Artes Visuais da UFPB ou que já concluíram seus cursos. Trata-se de um amplo painel com 20 trabalhos de 11 artistas.

A coletiva apresenta desde a glitch art de Wilton Terto (WLTN TL), que explora o experimentalismo no âmbito da técnica; a arte de rua de Cybelle Dantas com referências à arte popular do Nordeste; o trabalho neoconceitual de Lucas Alves e Aurora Caballero, mesmo com suportes e técnicas distintas; a pintura gestual de Cris Medeiros; e a mesclada ao grafismo de Layla Gabrielle.

Nos trabalhos figurativos estão presentes os de viés introspectivo de Paulo Santos que dialoga com as fotos performance de Yasmin Formiga e de Trexy. A exposição é também marcada pelo experimentalismo formal de Cris Peres e de Potira Maia que explora a fotografia como suporte aliada a questão existencial. A mostra ainda abre espaço para a vertente da arte Queer nas aquarelas de Lucas Aleixo e nas fotos performance de Trexy. Chama a atenção no recorte a presença majoritária das mulheres artistas que contrasta com a tradição da arte paraibana, fortemente dominada pela presença masculina, através de trabalhos o quão diversos são os caminhos dessa nova geração de artistas.

Entre Dois Rios pretende retomar esse diálogo intermitente que sempre existiu entre as margens do Rio Capibaribe e do Rio Sanhoá, espaço por onde sempre circularam artistas indo e vindo, numa cumplicidade aberta e fraterna, agora outra vez efetivada entre o IAC/UFPE e a Pinacoteca/UFPB.