Alfredo Macedo Gomes* e Moacyr Araújo**

O ano de 2020, notadamente marcado pela pandemia e suas consequências, sinalizou um período fundamental para ressignificação do ensino, da pesquisa, extensão, inovação e internacionalização das universidades públicas brasileiras, reafirmando o protagonismo universitário enquanto centros de excelência para produção de conhecimento e inovação científica. Somada a essa dimensão, a pauta do desenvolvimento sustentável vem imprimindo novas dinâmicas institucionais, caracterizando o debate emergente e necessário para as instituições de Ensino Superior. Nessa perspectiva, as universidades vêm desempenhando um papel primordial na interlocução e defesa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

No Brasil, há um extenso caminho a ser percorrido acerca dos ODS enquanto fundamentos basilares para governança, gestão pública, políticas ambientais e justiça social. Nesse contexto, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) vem despontando como agente articulador, ponto de convergência e sinergia de ações e políticas dos ODS para o contexto regional e nacional.

O protagonismo de nossa UFPE se confirma pelo reconhecimento internacional da própria ONU ao conferir, recentemente, à nossa Universidade, dois notáveis títulos: a UFPE passou a integrar a rede de Impacto Acadêmico das Nações Unidas (Unai) e o Conselho Gestor do Comissariado do Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (Unitar), sendo uma das poucas instituições brasileiras a compor este último grupo. A liderança da UFPE ganhou ainda mais notoriedade no início de 2020, com a implantação da Rede SOS Mar e das ações de enfrentamento do impacto de derramamento de óleo no litoral do estado, bem como as ações educativas de acompanhamento. Além disso, a UFPE tornou-se umas das pioneiras

no Nordeste a iniciar a implementação de energia limpa com a instalação de usinas fotovoltaicas, gestão de resíduos e programas de reciclagem, instituindo uma política de proibição de plásticos descartáveis em todos os seus campi.

Para além disso, caminhamos rumo à curricularização dos ODS na graduação e na pós-graduação, com ênfase na transversalidade dos componentes curriculares. Esse conjunto de ações demarca um novo modelo de governança institucional, centrado na sustentabilidade e na preservação ambiental. Dessa forma, a Universidade Federal de Pernambuco se reposiciona diante das demandas do seu tempo, firmando-se como uma instituição dialógica, afirmativa, inclusiva e verde. A sustentabilidade chegou para ficar, e a UFPE, patrimônio de Pernambuco, torna-se assim referência para o Brasil e para o mundo.

* Reitor da UFPE

** Vice-reitor da UFPE