As ligas acadêmicas são organizações científicas sem fins lucrativos ou associações político-partidárias ou religiosas, formadas por estudantes, professores e, por vezes, profissionais de mercado de uma dada área do conhecimento que se unem para a promoção de práticas integradas voltadas para o aprofundamento em um assunto específico (UFPE, 2023). Entre essas atividades, estão a formação de grupos de estudos, palestras, feiras de ciências, pesquisas, ações de extensão e demais medidas extracurriculares dentro e fora da comunidade acadêmica, seguindo o regimento de ensino, pesquisa e extensão.

Com o exercício de suas atividades, as ligas contribuem para a formação estudantil e para o desenvolvimento social. Enquanto a população é beneficiada pelo conhecimento articulado pela universidade, os acadêmicos participantes têm a oportunidade de exercer autonomia sobre sua própria formação, extrapolando a delimitação da grade curricular de seus respectivos cursos e podendo, portanto, protagonizar suas experiências práticas, preparando-se para os ciclos a serem vivenciados fora do mundo universitário, além de contribuírem ativamente para a transformação social. 

Conhecidos como “ligantes”, os discentes que compõem uma liga são os principais responsáveis pelo seu funcionamento, sendo, em geral, os seus próprios criadores. A presença do professor orientador, isso é, do docente encarregado por determinada liga, é fundamental para estabelecer as bases de gestão e a interligação entre seus membros e a universidade, porém, cabe aos discentes a prototipação, execução e administração das ações a serem desempenhadas pela organização. 

Assim, para os acadêmicos, a liga é um lugar de formação profissional e também cidadã, como denota sua própria origem: a primeira liga acadêmica do Brasil foi a Liga de Combate à Sífilis, vinculada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Tendo sido criada em 1918 e popularizada em 1920, a liga oferecia para a sociedade, gratuitamente, cuidados médicos relacionados à essa Infecção Sexualmente Transmissível (IST) (ABLAM, c2023; CAVALCANTE et al., 2021; OLIVEIRA, 2022). 

             (São Paulo in Foco, 2022)

Posto de atendimento da Liga de Combate à Sífilis

(São Paulo in Foco, 2022)

Cartaz da Liga de Combate à Sífilis

As ligas também tiveram grande importância durante o regime ditatorial de 1964, de maneiras diversas. Além do ato de "servir à nação” ser bem visto nesse período (CAVALCANTE et al., 2021), os questionamentos feitos pelo movimento estudantil em relação ao ensino universitário e à aplicabilidade de seu currículo levaram ao desenvolvimento de variadas ligas, em especial na área da Saúde (HAMAMOTO FILHO, 2011). 

    (Ablam, 2023)

                                                                                                                     Logotipo da Ablam

Atualmente, com o reconhecimento conquistado por esse tipo de organização, as ligas ganharam cada vez mais espaço no cenário acadêmico, o que é provado pelo surgimento de órgãos voltados à sua regulamentação, como a Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas de Medicina (Ablam). A Universidade Federal de Pernambuco também estimula as ligas, dentre outras maneiras, por meio de editais de registro, como o Edital nº 02/2023 da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc), o que demonstra a importância do desenvolvimento desta atividade acadêmica. 

Para conhecer mais sobre o Edital nº 02/2023 da Proexc, visite o link: https://bit.ly/40oR3Dl