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Preservação marinha: O papel da educação ambiental na proteção dos oceanos

Especial do mês

A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) enxerga a educação ambiental como um processo social através do qual uma comunidade constrói valores, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, sendo essencial para promover a conscientização sobre a importância de preservar os recursos naturais. A Oceanografia, ciência que estuda os oceanos e seus fenômenos, desempenha um papel crucial na educação ambiental, pois permite compreender a dinâmica dos mares, a biodiversidade marinha e os impactos das atividades humanas sobre esses ecossistemas. A integração da educação ambiental com a Oceanografia visa não apenas disseminar o conhecimento sobre a importância dos oceanos para o equilíbrio ecológico global, mas também incentivar ações sustentáveis que minimizem a poluição e a degradação dos ambientes marinhos, assegurando a saúde e a vitalidade desses ecossistemas.

Nesse contexto, a Universidade Federal de Pernambuco apoia atividades extensionistas que lutam contra a destruição dos ecossistemas marinhos, seja através de ações educativas conscientizadoras sobre o meio ambiente ou de propostas de ações que intervêm diretamente no biossistema. A exemplo disso, temos o projeto EducaOcean, que foi idealizado por discentes e docentes do curso de Oceanografia e tem o objetivo de ser um agente sensibilizador ao abordar temas relacionados à Oceanografia Socioambiental em diversas regiões de Pernambuco. Inicialmente, o projeto atuou em escolas municipais da Região Metropolitana do Recife, levando ações conscientizadoras sobre diversos temas relacionados à Oceanografia Socioambiental para alunos do Ensino Fundamental e Médio, além de organizar mutirões de limpeza com moradores locais para a conservação e a preservação dos ambientes costeiros do estado, ou seja, as praias e os manguezais.

(Arquivo pessoal do projeto, 2024)

Mutirão de limpeza na praia do Pina

Responsável pelo projeto, o professor Antônio Vicente Ferreira Júnior explica que o EducaOcean já realizou algumas parcerias importantes para a divulgação das suas ações, como a parceria com a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, que resultou em exposições sobre os incidentes com tubarões ocorridos pelo estado, e a parceria com o festival Recife Mais Verde, a qual permitiu a exposição do trabalho realizado pela equipe de extensionistas. Graças a essas colaborações, o projeto conseguiu alcançar um público maior e mais abrangente, sendo uma verdadeira ponte entre a sociedade e a comunidade acadêmica. No entanto, a parceria que mais perdura no projeto, segundo o professor, é a que é mantida com as colônias de pescadores de Pernambuco, na qual são realizadas visitas “com o intuito de dialogar e compreender a vivência dessas comunidades que sobrevivem diretamente do que o Oceano pode oferecer”.

(Arquivo pessoal do projeto, s/d) 

Colônia de pescadores Z-07, localizada em Rio Formoso

O projeto não tem um espaço físico próprio, mas conta com a parceria do Laboratório de Oceanografia Geológica (Labogeo), do Departamento de Oceanografia (DOCEAN), e do Museu de Oceanografia (MOUFPE) para armazenamento do material utilizado pelo projeto. Aberto para todos os discentes da UFPE que se interessem pela temática e queiram atuar como extensionistas e voluntários, o projeto trabalha no sentido de uma comunicação cada vez mais eficaz para a disseminação de informações para todas as camadas da sociedade, mostrando-se um agente essencial no contexto climático atual que exige mudanças.

 

Dentro do contexto da disseminação do conhecimento sobre o ambiente marinho, o Departamento de Oceanografia da Federal desenvolveu o Museu de Oceanografia Professor Petrônio Coelho (MOUFPE), o qual visa expor a biodiversidade marinha do Nordeste, assim como fortalecer as áreas de pesquisa, educação e conservação ambiental ao estimular a reflexão sobre a vida marítima. Com cerca de 32.000 lotes de coleção, constitui-se um dos poucos testemunhos da biodiversidade de ambientes marinhos (zonas costeiras, plataformas e zonas oceânicas, incluindo regiões de elevada profundidade) da região Nordeste do Brasil. Para aumentar o acesso a esse acervo, o projeto "Museu de Oceanografia: uma sala de aula diferente", que está em vigor desde setembro de 2024, surgiu como uma iniciativa de educação ambiental e divulgação científica voltada para o ensino da Oceanografia e da Biologia Marinha de maneira dinâmica e acessível, sendo idealizado pela professora Silvia Schwamborn.

 (Arquivo pessoal do projeto, 2024)

Idealizadora do projeto, Professora Silvia Helena Lima Schwamborn

O projeto atua dinamicamente no espaço do museu, fazendo dele uma verdadeira sala de aula ao promover oficinas e palestras interativas para o público interno e externo à universidade. Além disso, conta com discentes, docentes e pesquisadores da área para desenvolver suas atividades, que também são levadas para eventos externos e de grande visibilidade, como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2024, que, na cidade de Tamandaré, teve como tema “Preamar: popularizando e redescobrindo o ambiente marinho”.

(Arquivo pessoal do projeto, 2024)

Parceria entre o projeto “Museu de Oceanografia: uma sala de aula diferente” e o Preamar

Perguntada sobre como enxergava a importância do projeto para comunidade acadêmica e para a sociedade, a professora Silvia disse que “apesar de encontrar alguns desafios, como a captação de recursos para manter as atividades, o ‘Museu de Oceanografia: uma sala de aula diferente’ representa um avanço significativo na forma como a ciência oceanográfica é ensinada e divulgada. Ele reforça a importância da preservação dos ecossistemas marinhos e proporciona uma experiência de aprendizado ativa e interdisciplinar. Ao aproximar estudantes e a comunidade do conhecimento científico, o projeto contribui para a formação de cidadãos mais conscientes sobre a sustentabilidade dos oceanos”.

(Arquivo pessoal do projeto, 2024)

Exposição do arquivo do Museu em Tamandaré

Os projetos de extensão em Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco desempenham um papel fundamental na preservação dos biossistemas marinhos, unindo esforços de universidades, instituições de pesquisa e comunidades costeiras. Ao integrar ensino, pesquisa e extensão, essas iniciativas capacitam estudantes e profissionais, geram conhecimento científico relevante e sensibilizam a sociedade para a importância da conservação marinha. Acompanhe as redes dos projetos e participe dessas iniciativas!

Para saber mais:

Data da última modificação: 17/02/2025, 13:58