Por Amanda Soares, Nara Portela, Janaina Campos e Carolina Paz 

 

 

A Organização Mundial da Saúde (ONU) observou que o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) é uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, sendo classificada como pandemia a 11 de março de 2020. Até 12 de maio de 2020, foram confirmados pouco mais de 4 milhões de casos de COVID-19, com quase 290 mil mortes mundialmente desde o surgimento da doença.

 

No estado de Pernambuco, até o dia 13 de maio de 2020, já foram confirmados mais de 14 mil casos e pouco mais de mil óbitos devidos à COVID-19. Quase a totalidade dos 673 leitos de UTI e enfermaria da rede pública do estado, disponibilizados ao tratamento dos pacientes com suspeita ou confirmação da COVID-19, estão ocupados até o presente momento. 

 

Diante de um cenário de colapso do sistema de leitos em serviços de alta complexidade da rede pública estadual, a IV Gerência Regional de Saúde de Pernambuco (IV GERES-PE), entidade responsável por 32 municípios do Agreste do Estado, disponibilizou 364 leitos em unidades de saúde de baixa ou média complexidade, com o intuito de oferecer assistência de retaguarda ao sistema estadual. 

 

Observando que não havia um sistema de automatização para gerenciamento destes leitos de baixa e média complexidade, a IV GERES-PE, em ação conjunta com a Universidade Federal de Pernambuco (Campus Caruaru), objetivou criar um serviço que oferecesse suporte às atividades de atenção e gestão através da telessaúde, compreendendo a telerregulação e teleconsultoria como meios de auxiliar no manejo dos pacientes com casos de COVID-19, bem como na avaliação contínua da efetividade dos serviços oferecidos. 

 

 As ações iniciais foram baseadas na organização do fluxo de pacientes de médio e baixo risco, de acordo com o “Protocolo para a regulação da rede de urgência e emergência ligada ao COVID-19 da IV GERES - Pernambuco”,  para internação nos leitos disponíveis. De maneira mais específica, são elaborados protocolos clínicos baseados em parâmetros clínicos e na estrutura hospitalar disponível, e também são indicados os perfis dos pacientes que serão admitidos nos leitos COVID-19, em consonância com o protocolo dos hospitais. Em seguida, montou-se uma rede de articulação entre a IV GERES-PE, a Universidade e as Secretarias Municipais de Saúde de todos os municípios constantes nesta regional. As equipes foram contatadas e orientadas a utilizar os protocolos distribuídos como auxílio à tomada de decisão. 

 

Os serviços de telessaúde estão sendo gerenciados  através de uma central de atendimento proposta pela UFPE para a solicitação de leitos nos municípios participantes, na qual o profissional de saúde realiza o requerimento do leito, preenchendo todos os dados em formulário para que se possa tomar uma avaliação clínica da forma mais precisa possível, bem como objetivar na minimização de erros no processo de tomada de decisão. Os dados obtidos em formulário são recebidos pela Central de Regulação, composta por médicos reguladores, residentes e estudantes do curso de medicina da UFPE (Campus Caruaru), que realizam uma avaliação conjunta e, após triagem, indicam se a solicitação de vaga deve ser aceita ou rejeitada. Nos dias seguintes, a evolução clínica do paciente é monitorada à distância pela equipe, através do feedback oferecido pelos contatos de referência já estabelecidos nas unidades de saúde participantes.

 

Desde o estabelecimento do serviço, no início de maio, já foram registrados mais de 50 pacientes na plataforma da central de leitos da IV GERES - PE, otimizando assim a utilização dos mesmos para o melhor cuidado das pessoas; além da efetivação da monitorização diária dos pacientes nesses serviços, monitoramento dos óbitos causados pelo COVID-19 e a oferta de apoio técnico-científico para o cuidado com os pacientes com o COVID-19 internados nos leitos regulados pela Central de Regulação da IV GERES - PE, juntamente com a Universidade Federal de Pernambuco, Campus Agreste.