Notícias Notícias

Voltar

Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 11 em 2022

“O DEPÓSITO ESMERALDÍFERO DO TIPO “TECTONIC MAGMATIC-RELATED” DE PARANÁ (RIO GRANDE DO NORTE): Dos controles geológicos aos modelos genético e prospectivo”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 11 em 2022

 

Aluno(a): José Ferreira de Araújo Neto

 

Orientador(a): Prof. Dr. Lauro Cézar Montefalco de Lira Santos

 

Coorientador(a): Prof.ª Dr.ª Thais Andressa Carrino (UFPE) e Prof. Dr. Valmir da Silva Souza (UnB)

 

Título da pré-tese: “O DEPÓSITO ESMERALDÍFERO DO TIPO “TECTONIC MAGMATIC-RELATED” DE PARANÁ (RIO GRANDE DO NORTE): Dos controles geológicos aos modelos genético e prospectivo”

 

Data: 21/12/2022

 

Horário: 9h

 

Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/emx-nrwv-jvo

 

Banca Examinadora:

 

Titulares:

 

Presidente: Prof. Dr. Lauro Cézar Montefalco de Lira Santos (Orientador)

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Gustavo Macedo de Mello Baptista (UnB)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Luís Gustavo Ferreira Viegas (UnB)

3.º Examinador(a): Dr. Vladimir Cruz de Medeiros (CPRM)

4.º Examinador(a): Prof. Dr. Ricardo Augusto Scholz Cipriano (UFOP)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. João Adauto de Souza Neto (PPGEOC/CTG/UFPE)

2.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Glaúcia Nascimento Queiroga (UFOP)

 

Resumo:

 

O Brasil figura entre os maiores produtores de esmeralda do mundo. Cristais de qualidade gemológica ocorrem sobretudo nos estados de Minas Gerais, Goiás e Bahia. Na Província Borborema, nordeste do Brasil, mineralizações pontuais de esmeralda vêm ganhando cada vez mais destaque nas últimas décadas, seja sob olhar científico ou do ponto de vista econômico. A presença de diversos pegmatitos berilíferos e exposições de rochas máficas/ultramáficas, especialmente na Subprovíncia Norte, associados a estruturas tectônicas que servem como meio de transporte aos fluidos mineralizantes, fazem dessa região uma área promissora para estudo da gênese de esmeralda em ambientes intensamente deformados. Este trabalho apresenta uma investigação integrada, em diferentes escalas de análise, sobre a caracterização, origem e prospecção do depósito de esmeralda de Paraná, no extremo sudoeste do estado do Rio Grande do Norte. Para a construção de um modelo genético, foram utilizadas imagens geofísicas de aeromagnetometria, dados estruturais nas escalas meso- e microscópicas, geocronologia U-Pb e 40Ar-39Ar, petrografia e microtermometria de inclusões fluidas e análises de d18O e dD. As esmeraldas de Paraná estão hospedadas em lentes irregulares de flogopita- e actinolita-flogopita xistos intercalados a vênulas quartzo-feldspáticas e corpos pegmatíticos. Os xistos hospedeiros ocorrem de forma concordante em gnaisses riacianos do embasamento e estão dispostos ao longo da zona de cisalhamento Portalegre (ZCPA), estrutura com forte contraste magnético e movimentação dextral na direção NE-SW. Deformação dúctil coeva à mineralização é indicada pela foliação milonítica verticalizada, presença de boudins assimétricos, porfiroclastos do tipo s, estruturas do tipo mica-fish, além de formação de bandas de cisalhamento S-C e S-C-C’. A formação do xisto esmeraldífero durante a deformação brasiliana da ZCPA é suportada, ainda, por idades 40Ar-39Ar em cristais de flogopita de 524 ± 1 e 528 ± 1Ma e pela presença massiva de inclusões fluidas de salinidade baixa a moderada (5,1 a 16,3 %wt. NaCl equivalente) e temperatura de homogeneização total entre 300 e 310°C nos cristais de esmeralda. Corpos graníticos deformados, encontrados no interior do xisto, apresentaram idades concordia de U-Pb em zircão de 2210 ± 8Ma e 2201 ± 6Ma, sugerindo um retrabalhamento do gnaisse encaixante durante a formação do depósito. A associação de fluidos magmáticos à origem da mineralização está registrada em inclusões fluidas de alta salinidade (>35%wt. NaCl equivalente) e elevada temperatura de crepitação (>524°C), além de composições isotópicas de d18O (6,9-7,1), típicas de depósitos associados a pegmatitos. A integração desses dados sugere que metassomatismo de pegmatitos graníticos injetados ao longo da zona de cisalhamento Portalegre concomitantes ao tectonismo brasiliano foi o principal responsável pela formação de esmeralda em Paraná. Durante esse processo, Be, K, Al e Si provenientes do fluido pegmatítico, e Cr, V, Fe e Mg contidos em rochas máficas do embasamento reagiram dando origem a pegmatitos dessilicados e ao xisto mineralizado. Do ponto de vista prospectivo, a presença de flogopita e actinolita no xisto hospedeiro permitiu a individualização da sua assinatura, através de espectroscopia de refletância, em relação às demais rochas do depósito de Paraná. Em escala de amostra de mão, essa metodologia consegue distinguir a presença de cristais de esmeralda em situação de mistura com a matriz de flogopita no xisto, provando-se uma ferramenta valiosa para estudos de rotina em grande quantidade de amostras. O emprego de dados de espectroscopia de refletância e de imageamento, balizados por geoquímica, se mostrou promissor à pesquisa de esmeralda e, especialmente, de potenciais rochas hospedeiras.

 

Palavras-chave: esmeralda; gênese de depósitos minerais; modelo prospectivo; Província Borborema