Notícias Notícias

Voltar

Defesa de Tese de Doutorado n.º 5 em 2023

“GEOQUÍMICA E COMPORTAMENTO ISOTÓPICO (C, O, Cr e Sr) DE ROCHAS NEOPROTEROZOICAS DO TERRENO CACHOEIRINHA – SALGUEIRO, PERNAMBUCO, NE DO BRASIL”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Tese de Doutorado n.º 5 em 2023

 

Aluno(a): Cristian David Usma Cuervo

 

Orientador(a): Prof. Dr. Alcides Nóbrega Sial

 

Coorientador(a): -

 

Título: “GEOQUÍMICA E COMPORTAMENTO ISOTÓPICO (C, O, Cr e Sr) DE ROCHAS NEOPROTEROZOICAS DO TERRENO CACHOEIRINHA – SALGUEIRO, PERNAMBUCO, NE DO BRASIL”

 

Data: 08/03/2023

 

Horário: 14h

 

Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/qyn-yspv-qin

 

Banca Examinadora:

 

Presidente:

 

Prof. Dr. Alcides Nóbrega Sial (Orientador)

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Anelise Losangela Bertotti (UFPE)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Claudio Gaucher Pepe (UDeLaR)

3.º Examinador(a): Prof. Dr. Cláudio Riccomini (USP)

4.º Examinador(a): Prof. Dr. José Antonio Barbosa (PPGEOC/CTG/UFPE)

5.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Valderez Pinto Ferreira (PPGEOC/CTG/UFPE)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Aroldo Misi (UFBA)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. João Adauto de Souza Neto (PPGEOC/CTG/UFPE)

3.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Marly Babinski (USP)

 

Resumo:

 

O Grupo Cachoeirinha, de idade Neoproterozoica, é caracterizado litologicamente por uma sequência metaturbidítica, intercalada com rochas metavulcânicas e precipitados químicos significativos como carbonatos e formações ferríferas bandadas (BIF) depositados numa bacia marinha. Duas unidades compõem o Grupo Cachoeirinha, a Formação Serra Olho d’Água basal e a Formação Santana dos Garrotes sobreposta. As distribuições de elementos terras raras permitiram identificar frações autigênicas e componentes detríticos dos carbonatos e BIF estudados das formações do Grupo Cachoeirinha. Carbonatos associados com depósitos metaconglomeráticos da Formação Serra Olho d’Água, exibem valores negativos de d13C entre -2,83‰ e -0,71‰ comumente associados a períodos glaciais. Os valores das razões 87Sr/86Sr entre 0,70776 e 0,70862 considerados primários, permitem correlacionar os carbonatos da Formação Serra Olho d’Água com depósitos glaciais do Criogeniano, a idade U-Pb máxima de deposição em zircões detríticos desta formação data de 880 ±8Ma. Os carbonatos da Formação Serra Olho d’Água com valores positivos de anomalia Ce/Ce* e razões Y/Ho entre 26 e 30, são associados com depósitos de ambientes transicionais costeiros de mar restrito com baixos níveis de oxigenação. Os carbonatos da Formação Santana dos Garrotes associados a BIF, exibem valores positivos de d13C entre 3,1 e 5,5‰ correspondentes a períodos mais quentes interglaciais. Os valores das razões 87Sr/86Sr entre 0,70792 até 0,70956 dos carbonatos são consideradas primárias e compatíveis com a máxima idade de deposição de 630–610Ma U-Pb em zircões detríticos, indicando o início do Ediacarano como idade dos carbonatos da Formação Santana dos Garrotes. Os valores d53Cr positivamente fracionados de 0.15 até 1.04‰ em carbonatos e BIF são indicadores de intemperismo oxidativo na área de origem e comuns para esta idade. Os valores Ce/Ce* são predominantemente negativos nos carbonatos e para os BIF as anomalias de Ce/Ce* são positivas, estas anomalias sugerem condições de precipitação de águas oxigenadas para os carbonatos e o acúmulo de BIF em condições de deficiência de oxigênio em um ambiente mais profundo logo abaixo da redoxclina. Esta interpretação está suportada pelas concentrações de elementos traço sensíveis ao redox como Cr, U, Th e Mo, os quais não apresentaram enriquecimento nos carbonatos e são relativamente enriquecidos nos BIF com valores das razões MoEF/UEF acima de 6,8. Considerando o anterior, pode se interpretar que a deposição dos carbonatos da Formação Santana dos Garrotes foi em ambiente marinho raso e sob condição predominantemente oxigenada. Para os BIF, a au sência de componentes glaciogênicos, a associação com carbonatos, a falta de anomalia positiva de Eu, além dos valores positivo de d53Cr, permitiram classificar os BIF como do tipo Superior, similar com outras formações de ferro depositados no Brasil e outros lugares durante o Ediacarano. O diferenciado comportamento geoquímico dos depósitos das formações Serra Olho d’Água e Santana dos Garrotes, permite inferir que o Grupo Cachoerinha registra a evolução de uma bacia marinha restrita a uma bacia de mar aberto, com águas estratificadas e oxigenadas do Criogeniano para o início do Ediacarano.

 

Palavras-chave: Grupo Cachoeirinha; Provincia Borborema; Criogeniano–Ediacarano; Quimioestratigrafia; Paleoredox

 

Data da última modificação: 07/03/2023, 16:02