Notícias Notícias

Voltar

Defesa de Tese de Doutorado n.º 5 em 2022

“CARACTERIZAÇÃO PETROLÓGICA E GEOQUÍMICA DAS ROCHAS CARBONÁTICAS DA FORMAÇÃO MORRO DO CHAVES, BACIA DE SERGIPE-ALAGOAS, NE DO BRASIL”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Tese de Doutorado n.º 5 em 2022

 

Aluno(a): Flávia Araújo de Arruda Cabral

 

Orientador(a): Prof. Dr. Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann

 

Coorientador(a): Prof. Dr. João Adauto de Souza Neto (UFPE)

 

Título: “CARACTERIZAÇÃO PETROLÓGICA E GEOQUÍMICA DAS ROCHAS CARBONÁTICAS DA FORMAÇÃO MORRO DO CHAVES, BACIA DE SERGIPE-ALAGOAS, NE DO BRASIL”

 

Data: 28/07/2022

 

Horário: 14h30min

 

Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/ztd-cypb-rxm

 

Banca Examinadora:

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann (Orientador)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Claus Fallgatter (PPGEOC/CTG/UFPE)

3.º Examinador(a): Prof. Dr. Gelson Luís Fambrini (PPGEOC/CTG/UFPE)

4.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Valéria Centurion Córdoba (UFRN)

5.º Examinador(a): Prof. Dr. Victor Hugo Santos (UENF)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Enelise Katia Piovesan (PPGEOC/CTG/UFPE)

2.º Examinador(a): Dr. Bruno Ludovico Dihl Horn (CPRM)

 

Resumo:

 

A unidade litoestratigráfica de interesse neste trabalho é a Formação Morro do Chaves de idade neobarremiana a eoaptiana (Andar Jiquiá), da fase rifte da Bacia Sergipe-Alagoas, caracterizada por calcarenitos e calcirruditos intercalados com argilitos, folhelhos, arenitos e conglomerados. As coquinas (calcários bioclásticos) da Formação Morro do Chaves representam um importante estudo de caso por serem rochas análogas aos reservatórios do pré-sal. Neste trabalho, estão destacadas as rochas carbonáticas e os arenitos calcíferos com bioclastos desta unidade. Petrograficamente, as rochas carbonáticas possuem composição calcítica, com grandes quantidades de moluscos biválvios e ostracodes em menor proporção, podendo apresentar grãos siliciclásticos. De acordo com Dunhan (1962), estas rochas foram classificadas como wackestones, packstones e grainstones e, de acordo com Embry e Klovan (1971), como rudstones. Processos diagenéticos como neomorfismo, micritização, dissolução, cimentação, piritização e compactação mecânica e química foram observados nessas rochas. A partir de análises geoquímicas foi possível verificar que SiO2, TiO2, Al2O3, MgO e K2O são provenientes da fração detrítica e, também, de argilomireais, enquanto que CaO está representando a fração química representada pela calcita. As análises químicas realizadas nos calcários mostram que o CaO (30,32 a 58,03%) ocorre como constituinte principal, seguido por SiO2 (<0,001 a 37,78 %), enquanto TiO2, Al2O3, Fe2O3, MnO, MgO, Na2O, K2O, P2O5, Rb e Sr ocorrem como constituintes menores e traços. O teor de magnésio nessas rochas carbonáticas é muito baixo, evidenciando que não houve processo de dolomitização e que as calcitas são de baixo teor de magnésio. De acordo com os valores das razões Mn/Sr, Fe/Sr Mg/Ca e Sr/Ca pode-se dizer que essas rochas não sofreram alterações diagenéticas consideráveis em sua composição capaz de influenciar os resultados isotópicos. As análises de DRX permitiram verificar a baixa ocorrência dos argilominerais caolinita, caolinita 2M (dickita) e montmorilonita. Foram analisados os isótopos de carbono e oxigênio nas amostras do afloramento da Pedreira Atol, cujos valores de d13C variam de -5,34 a -3,67‰ e os de d18O, de -8,56 a -4,13‰ VPDB típicos de ambiente lacustre de água doce. A partir da correlação ou não-correlação dos valores isotópicos, pôde-se verificar tanto um comportamento hidrológico fechado quanto comportamento hidrológico aberto no lago que deu origem a estas rochas. Os valores calculados de salinidade variam de 112,56 a 117,73 e confirmam um ambiente de água doce para formação dessas rochas. Os valores calculados para paleotemperatura variaram de 8,4 a 17,4°C mostrando que houve poucas flutuações nas temperaturas do lago naquele período. O estudo de ostracodes permitiu identificar espécies pertencentes à quatro gêneros não- marinhos Cypridea Bosquet, 1852, Reconcavona Krömmelbein, 1962, Theriosynoecum Branson, 1936 e Petrobrasia Krommelbein, 1965, corroborando com o ambiente lacustre da Formação Morro do Chaves. Além disso, a partir da ocorrência de Cypridea riojoanensis Moura, 1972, foi possível estabelecer o posicionamento biocronoestratigráfico do afloramento da Formação Morro do Chaves, em Propriá-SE, no Andar Jiquiá (Barremiano-Aptiano).

 

Palavras-chave: Bacia Sergipe-Alagoas; Formação Morro do Chaves; Coquinas; Geoquímica; Isótopos Estáveis