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Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 11 em 2022

“HISTÓRIA METAMÓRFICA DE UM PLATÔ OCEÂNICO: o exemplo do Complexo Raspas, Equador”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 11 em 2022

 

Aluno(a): Salviano Pereira da Silva

 

Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Carla Joana Santos Barreto

 

Coorientador(a): -

 

Título: “HISTÓRIA METAMÓRFICA DE UM PLATÔ OCEÂNICO: o exemplo do Complexo Raspas, Equador”

 

Data: 06/12/2022

 

Horário: 14h

 

Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/yqo-dpeo-jyf

 

Banca Examinadora:

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Carla Joana Santos Barreto (Orientadora)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Lauro Cézar Montefalco de Lira Santos (PPGEOC/CTG/UFPE)

3.º Examinador(a): Prof. Dr. Rafael Gonçalves da Motta (UFRN)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Sérgio Pacheco Neves (PPGEOC/CTG/UFPE)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Ticiano José Saraiva dos Santos (UNICAMP)

 

Resumo:

 

Platôs oceânicos são porções da crosta anomalamente espessas cuja origem é associada a grandes volumes de magma oriundos de plumas mantélicas. A maior parte do seu registro é apenas acessível como fragmentos acrescionados em margens ativas. Contudo, apesar de modelos matemáticos preverem a possibilidade de platôs oceânicos serem subduzidos não existem registros de fragmentos que atingiram grandes profundidades e exumados, como eclogitos e xistos azul. Nesse trabalho são apresentadas evidências geoquímicas, geocronológicas e de modelagem termodinâmica que provam a subducção e exumação de platôs oceânicos. A partir desses dados discutirá o caminho tectônico percorrido a partir da assinatura metamórfica imprimido em eclogitos e xistos azuis.

O estudo teve foco no Complexo Metamórfico Raspas, localizado no sudeste do Equador. Esse complexo ofiolítico de alta pressão é majoritariamente composto por eclogitos, metaultramáficas e xistos azuis além de incipientes assembleias retrógradas como xistos verde e granada anfibolitos subduzidos no Cretáceo Inferior. A assinatura geoquímica demonstra similaridades com N-MORB e E-MORB e material originados em uma fonte mantélica heterogênea (Zr/Nb – 7.69-112.66). Durante a ascensão da pluma mantélica houve o aumento do grau de fusão parcial (Sm/Yb ­ 0.94-1.95) e empobrecimento do material (La/Yb ­ 0.76-6.86).

Devido sua elevada espessura as porções mais internas possivelmente receberam menos energia térmica vinda do manto, ou pelo menos o aquecimento foi mais lento. O que foi refletido na diferença de ~100°C registrada pelos eclogitos e xistos azuis, permitindo a preservação da assembleia formada nos estágios iniciais pelos xistos azuis. O início do evento de alta pressão é marcado pela formação da assembleia winchita + paragonita/fengita + epidoto + quartzo ± chlorita no xisto azul em 490°C/1.15GPa durante a colisão do platô com a margem Andina facilitado pela sua menor densidade comparado a uma crosta oceânica normal. Resultando em uma compressão isotérmica durante a formação de núcleos de granada em 523 °C/1.68GPa. No eclogito essa fase é registrada pela assembleia onfacita + katoforita + clinozoisita + granada + quartzo ± fengita entre 598-661°C/1.43-1.63GPa.

Durante a subducção à medida que o platô oceânico era transformado em eclogito o aumento de densidade resultante favoreceu o aumento do ângulo de subducção. Esse processo possivelmente gerou um adelgaçamento do platô visto que as porções mais rasas com menor densidade resistiam à subducção enquanto as regiões mais densas, já transformada em eclogito, “puxavam” o platô para o manto. Isso é refletido no aquecimento isobárico imprimido nos eclogitos durante a formação de granadas em atol (709 °C/1.61GPa) e em uma leve descompressão com aumento de temperatura durante a formação de granada (borda) + fengita + clinozoisita + onfacita + winchita + quartzo entre 570-590°C e 1.4-1.7GPa no xisto azul.

Idades Ar/Ar em fengita no eclogito indicam que a exumação ocorreu em 129 Ma, logo após o principal evento de alta pressão ocorrido em 133Ma. O metamorfismo retrógrado impresso durante a exumação caracteriza-se por uma descompressão isotermal. A qual é representada pela assembleia pargasita + Mg-hornblenda + albita + epidoto + chlorita (450-550°C /< 0.6GPa) que substitui em graus variados os xistos azuis. A trajetória metamórfica durante a exumação somado a rápida duração da mesma (1.25-0.5cm/ano) indicam que o principal mecanismo de exumação foi um slab breakoff regional consistente com o mecanismo previamente proposto à outras ocorrências na Colômbia.

 

Palavras-chave: eclogito; xisto azul; platô oceânico; rollback; slab breakoff