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Giro Nordeste discute hoje educação, religiões de matriz africana e racismo

Dalzira Maria Aparecida, mais conhecida como ialorixá Iyagunã Dalzira, é a entrevistada do programa que vai ao ar às 20h, na TVU

O Giro Nordeste conversa hoje (18) com uma das maiores personalidades do movimento negro no país e mais nova doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) Dalzira Maria Aparecida ou ialorixá Iyagunã Dalzira, como é conhecida no Candomblé. Com o título “Professoras negras: gênero, raça, religiões de matriz africana e neopentecostais na educação pública”, a tese defendida aos 81 anos pela Iyagunã Dalzira examina o papel das professoras negras no ensino público.

Exibido pela TVU (canal 11.1), o programa, que vai ao ar todas as sextas-feiras, às 20h, conta com a participação remota de comunicadores de emissoras públicas de televisão e rádio do Nordeste e, nesta edição, o profissional de mídia da UFPE Josimar Parahyba é um dos entrevistadores da bancada virtual. O Giro é reapresentado às segundas-feiras, às 21h, também na TVU.

A entrevista transita por diversos assuntos, desde a trajetória e atuação de Dalzira à frente de um terreiro de Candomblé, na capital paranaense, até reflexões sobre o crescente ódio que atinge as religiões de matriz africana e o descaso do Estado no combate ao racismo. De acordo com a doutora em Educação, assumir a negritude é difícil: “As pessoas se orgulham de qualquer nacionalidade, mas não se orgulham da negritude porque houve um processo de apagamento.”

Ao falar sobre a tradição e religiosidade africana, a mineira residente em Curitiba há mais de 50 anos exemplifica, durante o programa, situações de preconceito quanto às religiões de matriz africana que já vivenciou. Iyagunã Dalzira pondera: “Se uma pessoa pode andar livremente na rua com a Bíblia na mão e não pode andar com o torço na cabeça tem alguma coisa errada. Porque você pode carregar o seu Sagrado como você queira. Então o torço, pra nós, é um complemento da vestimenta africana e é importante.” Ela lembra que, de todos os estados da região Sul do país, o Paraná é o que tem mais negros percentualmente em sua população.

Data da última modificação: 18/11/2022, 15:19