Informes Informes

Voltar

Lançamento da Licenciatura Intercultural Indígena como curso regular da UFPE

O lançamento do curso regular aconteceu no último dia 29 de abril e reuniu representantes da comunidade acadêmica da UFPE, lideranças e representantes dos povos indígenas e da COPIPE

Curso regular terá primeira entrada no semestre 2022.1

No último dia 29 de abril, no auditório Mestre Vitalino, no Centro Acadêmico do Agreste da UFPE, foi realizado o evento de lançamento do curso da Licenciatura Intercultural Indígena do Campus do Agreste. 

Na ocasião estiveram presentes, o reitor da UFPE, professor Alfredo Gomes, o vice-reitor, professor Moarcy Araújo, o diretor do CAA, professor. Manoel Guedes, a pró-reitora de Graduação, professora  Magna do Carmo, o coordenador da Licenciatura Intercultural Indígena, professor Sandro Guimarães, lideranças e representantes dos povos indígenas e da COPIPE, demais gestores e comunidade acadêmica da UFPE.

O evento foi organizado por uma comissão do CAA, sob a coordenação da professora Maria Joselma Franco, para comemorar o início do curso regular da Licenciatura Intercultural Indígena no Campus do Agreste, com vestibular em andamento e início das aulas 2022.1 previsto para 20 de junho, com a entrada de 40 alunos.

O curso já formou mais de 300  professores de mais de 12 povos indígenas de Pernambuco em duas turmas anteriores, que ocorreram como projeto financiado pelo programa PROLIND, da extinta Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do MEC. Tendo ainda sido avaliado e aprovado pelo MEC com a Nota 4, em 2018. 

O professor Nélio Vieira, primeiro coordenador do curso, afirma que a presença da Licenciatura Intercultural Indígena no CAA e em toda UFPE trouxe a provocação da diferença, no sentido filosófico lato da palavra. “Tivemos que aprender a dialogar com uma alteridade exigente que exigia o diálogo, provocando uma mudança institucional e acadêmica, desde o que compreendemos por organização de infraestrutura, de currículo, de execução de atividades de ensino, metodologia, de convivência com estudantes indígenas e entre estudantes indígenas e não indígenas do CAA.” explicou o professor. “Estamos muito felizes por este curso ter se tornado uma licenciatura permanente em nossa Universidade. A voz da diferença agora se instala para marcar o seu lugar onde tem direito de estar.”, ressalta o ex-coordenador.

Para Ana Maria Barros, ex-coordenadora do curso, a Licenciatura Indígena é um avanço importante no diálogo da UFPE com os movimentos sociais. “O desafio de compreender a lógica de uma Pedagogia Decolonial numa experiência prática, dentro de uma instituição estatal se por um lado entra em conflito com o mundo das regras, das resoluções uniformizantes, por outro lado nos ensina a olhar para a importância de sair da zona de conforto e compreender que a uniformização é excludente. A presença indigena nos ensinou a dialogar com os saberes dos povos, com a força de suas lideranças e seus descendentes. A retomada do Curso aponta que avançamos e que não há mais como regredir. Que possamos crescer na perspectiva do diálogo intercultural.”.

O professor Sandro Guimarães, atual coordenador do curso, reforça que “A Licenciatura Indígena deve acontecer como os indígenas querem, como eles pretendem, tem que partir deles, desse lugar de fala dos próprios indígenas”.  "Sem esse diálogo, sem essa escuta cuidadosa e presença deles no colegiado do curso, a gente não tem uma educação verdadeiramente indígena", conclui o coordenador.

"Nosso Campus alegra-se por albergar em seu conjunto de cursos oferecidos a Licenciatura Intercultural Indígena como fruto de uma longa trajetória  entrelaçada pela UFPE  e COPIPE. No movimento tecido de um Programa de formação a um Curso reconhecido, estamos hoje celebrando o esforço dos vários sujeitos individuais e coletivos que ensejaram, que desenharam curricular e politicamente, a elaboração deste caminho formativo, de uma educação específica construída paritariamente com os povos indígenas de Pernambuco, comemora o professor Everaldo Fernandes, coordenador de ensino do CAA.

"O Campus do Agreste está em festa", celebra o diretor Manoel Guedes. “Existe um sabor especial em uma conquista como essa feita ao longo do tempo com o esforço de muitas pessoas, o sabor da vitória coletiva. “Só sabe de toda história quem viveu”. Agora o campus do agreste terá a garantia de permanência dos povos indígenas no CAA, isso fortalece a nossa identidade e a proposta diferenciada de um campus, interdisciplinar e intercultural e inclusivo. Viva os povos indígenas de Pernambuco, viva a UFPE!”.

Data da última modificação: 16/05/2022, 17:19