Em 1914, a Pernambuco Tramways and Power Company deslocou os trilhos do trem sentido Olinda para dentro do terreno da Faculdade de Direito de Recife sem a devida autorização por parte da instituição. Nesse período, Adolfo Cirne, o então diretor da faculdade, se encontrava ausente devido a um trabalho do Conselho Superior de Ensino, no Rio de Janeiro. 

Ao regressar, se deparou com a situação mencionada acima e, em nome da Congregação da FDR, propôs ao prefeito Eudoro Correia a reconstituição de parte do terreno ou o pagamento de uma indenização à Faculdade. No entanto, a proposta enviada não teve retorno algum, e a situação se manteve por quase um ano, quando o prefeito entrou em contato justificando a necessidade do uso do terreno da Faculdade devido à substituição do calçamento da Rua Floriano Peixoto - por onde o trem passava. 

Assim, o pedido por autorização para a colocação provisória das linhas no terreno da Faculdade – tanto da Prefeitura, quanto da Pernambuco Tramways and Power Company – só veio um ano após as linhas já estarem lá. A diretoria da FDR, agora sob o comando de Sophronio Portella, autorizou o uso do terreno desde que as seguintes condições fossem cumpridas: que o meio-fio da Faculdade fosse aterrado; que houvesse 50% de desconto no valor da conta de luz da Faculdade; que os trilhos fossem retirados assim que o calçamento fosse finalizado; e que fosse paga uma indenização caso alguma das cláusulas não fosse cumprida.

Para mais informações sobre o acontecimento, é possível consultar o Arquivo da Faculdade de Direito do Recife, onde se encontram os ofícios enviados e recebidos pela Prefeitura de Recife e Pernambuco Tramways and Power Company.

Referências:

Arquivo da Faculdade de Direito do Recife. Ofícios enviados e recebidos entre FDR e Prefeitura do município do Recife / Pernambuco Traminarys and Power Company.(Jun. 1914 - Jul.1916).

Comunicados. In: Diário de Pernambuco, 6 de Junho de 1915, p.3.. Disponível: http://memoria.bn.br/DocReader/029033_09/8571. Acesso em: 17 jun. 2020.