Com entrada gratuita, a mostra reúne expressões visuais de mulheres do agreste pernambucano por meio de técnicas fotográficas como cianotipia, pinhole e antotipia
Resultado do Programa de Estímulo à Cultura (PEC), promovido pela Superintendência de Cultura (Supercult) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a exposição “Experiências visuais de um feminino agreste” será inaugurada no dia 17 de agosto, às 17h, no espaço cultural Clandestina, localizado na Rua Belmiro Pereira, nº 419, bairro Maurício de Nassau, em Caruaru. A mostra, com entrada gratuita, segue em cartaz até o dia 15 de setembro e reúne expressões visuais de mulheres do agreste pernambucano por meio de técnicas fotográficas como cianotipia, pinhole e antotipia.
A iniciativa foi coordenada pela professora Daniela Nery Bracchi, do Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da UFPE, em Caruaru, e que atua no Núcleo de Design e Comunicação e nos programas de pós-graduação em Educação Contemporânea e em Comunicação e Inovação Social. A ação envolveu mulheres do Ponto de Cultura Boi Tira Teima, da UFPE em Caruaru e da Casa UFAPE – da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco –, em Garanhuns.
Durante uma série de encontros formativos, o projeto promoveu um espaço de escuta, partilha e criação coletiva, em que a produção de imagens esteve diretamente vinculada a reflexões sobre identidade, território, gênero e pertencimento. A exposição apresenta imagens em papel e tecido, organizadas em painéis que valorizam a diversidade técnica e a sensibilidade dos olhares envolvidos.
Ao suspender o automatismo do clique digital, as participantes foram convidadas a mergulhar em um fazer artesanal, demorado e afetivo. O processo de espera para o surgimento da imagem nas superfícies revela um gesto simbólico: deixar que o vivido decante e que a memória das mulheres – suas histórias de luta, resistência e ancestralidade – se inscreva na matéria.
A mostra propõe ao público novos modos de ver e de estar no mundo, mediados pela imagem. Cada fotografia carrega em si um percurso tecido entre mulheres do Agreste, que, reunidas em torno da luz, do tempo e da matéria, compartilharam sonhos e vivências a partir de seus corpos e territórios. As obras expostas desenham um mapa coletivo e afetivo da paisagem agreste, entrelaçando diferentes gerações e narrativas sobre o feminino.