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Laboratório História e Memória da UFPE celebra 20 anos com seminário sobre Justiça do Trabalho no Nordeste

Mesa de abertura ocorreu no Auditório João Alfredo, na Reitoria

Termina hoje (14) o XIII Seminário Lahm – “Justiça do Trabalho e História: O Nordeste do Brasil”, evento que comemora os 20 anos de atividades do Laboratório História e Memória UFPE/TRT 6ª Região (Lahm), no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFPE. Foram três dias de seminário reunindo representantes do meio acadêmico e o Judiciário, e celebrando o esforço coletivo de professores, estudantes e pesquisadores, além de reafirmar o compromisso com a preservação e estudo da memória trabalhista da Região Nordeste.

Fotos: Eugênia Bezerra

Importância da preservação da memória do Estado foi tema do evento

Durante a abertura, que ocorreu na terça-feira (12), no Auditório João Alfredo, na Reitoria da UFPE, o reitor Alfredo Gomes destacou a relevância do trabalho desenvolvido pelo laboratório nas últimas duas décadas e o impacto de suas pesquisas para o estado. “A contribuição para a História social, política, econômica e cultural daqui de Pernambuco realizada por esse projeto é absolutamente essencial. Nós temos uma grande preocupação com os acervos, que, muitas vezes, não chegam nas mãos de pesquisadores cuidadosos para fazer o tratamento desse material e análises. Sendo assim, o Lahm tem uma grande contribuição a toda a sociedade pernambucana”, afirmou.

O professor Antonio Torres Montenegro, coordenador do Lahm e professor do Departamento de História da UFPE, reforçou o papel transformador do laboratório, que, segundo ele, extrapola os limites acadêmicos. “O Lahm é um laboratório coletivo, feito pelos professores e estudantes que fazem parte dele. Não há funcionários e nem recursos da Universidade; são da Facepe, do CNPq e do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead) do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Muitos dos nossos estagiários são voluntários, porque sabem da importância do aprendizado acadêmico e técnico que um estágio num laboratório significa”, afirmou ele.

Professor Antonio Montenegro coordena o laboratório e o projeto

“E já temos uma centena de teses de doutorado, dissertações de mestrado, além de mais de uma dezena de livros publicados com essa documentação que é uma forma de repensar a historiografia de Pernambuco e do Brasil. E há sete anos que estamos oferecendo oficinas de História às escolas públicas e particulares em que os alunos têm a oportunidade de terem uma aula sobre a Justiça do Trabalho e depois lerem processos trabalhistas”, declarou ele, fazendo um balanço das atividades do laboratório.

“As pessoas ao entrarem para estagiar no Lahm, se transformam. Então, por isso, temos a dimensão de laboratório. A aprendizagem delas no trabalho tanto da preservação dos documentos, quanto na leitura e na escrita que elas fazem depois, e até mesmo, no trabalho de ensino, as transformam, tanto no aspecto acadêmico, quanto no pedagógico, pois recebem um aprendizado de como dar aula de História”, complementou o professor Montenegro.

Também presente na cerimônia, a presidenta da Facepe, Maria Fernanda Pimentel Avelar, enfatizou o apoio da fundação ao Lahm e a importância das pesquisas desenvolvidas. “É importantíssima a questão da continuidade dos apoios para a continuidade dos trabalhos do laboratório. Até pouco tempo, a Facepe tinha deixado de apoiar acervos, mas, no último edital Multiusuário, nós voltamos a apoiar, pois reconhecemos a importância desse tipo de auxílio. Então, quero parabenizar a todos que fazem parte da história desse laboratório e agradecer ao professor Antonio Montenegro porque sempre ele está reconhecendo nas obras, e nas suas falas, a importância do apoio da Facepe para este projeto belíssimo”, afirmou.

A presidenta do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, desembargadora Nise Pedroso Lins de Sousa, também fez uso da palavra, destacando o papel crucial da parceria entre o Lahm e o TRT6 na construção de um acervo histórico da Justiça do Trabalho no Nordeste. “O trabalho conjunto com a UFPE é um exemplo de como o saber acadêmico e o sistema de justiça podem colaborar na construção de um patrimônio cultural que pertence a toda a sociedade. A história do trabalho é a história da luta por direitos, e preservar essa memória é um dever que temos com as próximas gerações. Saber que vocês estão fazendo esse trabalho é muito especial”, afirmou ela.

Alunos desenvolvem pesquisas no acervo do Tribunal Regional do Trabalho

O XIII Seminário Lahm contou com apresentações de trabalhos e painéis de discussão que abordam as intersecções entre a história da Justiça do Trabalho e o contexto socioeconômico do Nordeste, destacando aspectos como as lutas sindicais, os direitos trabalhistas e o papel das instituições na preservação da memória coletiva.

MESA DE ABERTURA - A cerimônia de abertura contou, além da presença do reitor Alfredo Gomes; do professor e coordenador do Lahm-UFPE/TRT6 Antonio Torres Montenegro; da desembargadora do TRT 6ª Região e professora da UFPE, Eneida Melo Correia de Araújo; da desembargadora e presidenta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região, Nise Pedroso Lins de Sousa; e da presidenta da Facepe, Maria Fernanda Pimentel Avelar; com a participação da diretora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFPE, Conceição Lafayette; do desembargador Fábio Farias, do TRT 6ª Região; do professor Arnaldo Martin, do Departamento de Ensino e Currículo (DEC) do Centro de Educação (CE), vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação de História (PPGHistória) da UFPE; e do diretor científico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Olival Freire Júnior (presente virtualmente).

LAHM - O Laboratório Memória e História do Tribunal Regional do Trabalho TRT 6ª Região/UFPE foi criado em resposta à ameaça de descarte de uma vasta coleção de processos trabalhistas do Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco. No início dos anos 2000, pesquisadores do Departamento de História da UFPE e do Programa de Pós-Graduação em História identificaram o risco de perda dessa documentação essencial para a história social, política e econômica de Pernambuco e do Brasil. Em 2004, um convênio entre o TRT e a UFPE garantiu a preservação desse acervo, que começou a ser transferido para a Universidade em 2006.

O laboratório, localizado no Campus Recife, hoje conta com, aproximadamente, 200 mil processos preservados e organizados. Esse acervo foi beneficiado pelo apoio da Facepe, CNPq e Nead, possibilitando sua higienização, digitalização e catalogação. Assim, o acesso aos documentos foi ampliado para estudantes e pesquisadores, que podem consultá-los tanto presencialmente quanto on-line.

Além de preservar a memória trabalhista, o Laboratório serve como importante fonte para pesquisas acadêmicas em diversas áreas, como História, Direito, Geografia e Ciências Sociais, apoiando a produção de monografias, dissertações e teses.

Data da última modificação: 14/11/2024, 15:37

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