A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) receberá 16 pesquisadores que foram contemplados com um total de R$ 16.544.146,86 pelo Programa Conhecimento Brasil - Atração e Fixação de Talentos, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os recursos podem ser utilizados para aquisição de equipamentos e material permanente ou bibliográfico, pagamento de bolsas, auxílios, diárias, passagens, serviços ou despesas acessórias de importação. A iniciativa visa atrair e fixar no país doutores e pesquisadores com pós-doutorado residentes no Brasil que tenham concluído sua formação no exterior de 2019 em diante e mestres e doutores brasileiros que estejam morando no exterior. A chamada deu destaque a projetos de desenvolvimento de ferramentas e processos que envolvem Inteligência Artificial.

Para Pedro Carelli, pró-reitor de Pesquisa e Inovação (Propesqi), além dos benefícios imediatos, os projetos vão contribuir com a valorização dos professores da casa. “Este resultado é de extrema relevância para a UFPE, pois atrai pesquisadores experientes e com redes de colaboração internacionais para desenvolverem seus projetos em nossa instituição. Além da bolsa, os pesquisadores selecionados recebem um auxílio financeiro que garante condições adequadas para suas pesquisas desde o início de suas atividades. A participação desses pesquisadores em projetos da UFPE contribui significativamente para atrair profissionais altamente qualificados e com experiência internacional, aumentando, assim, o interesse por nossos concursos docentes e fortalecendo o corpo acadêmico da universidade”, explica.

AVANÇO – “O Bom, o Mau e a Percepção do Estresse”, um dos projetos aprovados na chamada, foi contemplado com R$ 1,14 milhão e será sediado no Departamento e no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica. Coordenada pelo pesquisador Renzo Alves Dantas Torrecuso, a pesquisa utilizará técnicas avançadas de conectividade cerebral e ciência de dados para compreender como o cérebro processa o estresse. O projeto é fruto de colaboração nacional e internacional da Universidade com o Departamento de Informática e Programa de Pós-Graduação em Informática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); o Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Cetec/UFRB); a Escola de Medicina da Universidade do Minho (Braga, Portugal); o Max Planck Institute for Human Cognitive and Brain Sciences, de Leipzig (Alemanha); e a Basel University, de Basel (Suíça). 

Com dados de ressonância magnética funcional de 252 indivíduos, os pesquisadores procurarão distinguir quando o estresse é benéfico ou prejudicial; mapear redes neurais associadas à percepção do estresse; desenvolver ferramentas de biofeedback baseadas em dados cerebrais; e identificar biomarcadores da organização funcional do cérebro relacionados ao estresse. Para a equipe do projeto, a aprovação consolida a UFPE como centro de excelência em pesquisa neurocientífica, atraindo talentos internacionais e desenvolvendo soluções inovadoras para questões de saúde mental que afetam milhões de brasileiros. Além do avanço científico na compreensão dos mecanismos neurais do estresse, o projeto prevê impactos sociais com a formação de novos pesquisadores, por meio de cursos, disciplinas e workshops em instituições brasileiras, contribuindo para a área de neurociência computacional e ciência de dados no país.