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Ópera do Claustro estreia no Teatro Hermilo Borba Filho em curta temporada

A entrada é gratuita e os ingressos começam a ser distribuídos uma hora antes do início da sessão

O espetáculo “Ópera do Claustro”, descrito por seus criadores como uma ópera-instalação com influências que vão de Franz Kafka a Nelson Rodrigues, estreia nesta sexta-feira (dia 7), no Teatro Hermilo Borba Filho, onde cumprirá curta temporada. As apresentações da sexta e do sábado (dia 8) começam às 20h. No domingo (dia 9), haverá duas sessões: uma às 17h e outra às 20h. A entrada é gratuita e os ingressos começam a ser distribuídos uma hora antes do início da sessão na bilheteria do próprio teatro, localizado no Cais do Apolo, n.º 142, no Bairro do Recife.

A direção cênica da obra é feita pelo professor do Departamento de Música da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Armando Lôbo. Ele também é o autor de um dos libretos que compõem a ópera, o “Artista da Fome”. O outro libreto, intitulado “Desachados e Perdidos”, é de autoria do professor do Conservatório de Música de Pernambuco Victor Luiz, ex-aluno do curso de Licenciatura em Música da UFPE.

Ambos serão executados simultaneamente em uma instalação criada pelo artista visual Marcelo Coutinho, que é professor do Programa Interinstitucional de Pós-Graduação em Artes Visuais UFPE/UFPB. Os artistas afirmam que a “performance alternará momentos de simultaneidade, fusão e intercalação entre as duas obras, em uma convulsão narrativa que concilia lirismo e terror”.

“Alguns espectadores serão convidados a assistir ao espetáculo dentro da cena, como participantes da mesma. A instalação foi concebida tendo as imagens de ‘jaula’ e ‘ônibus’ como signos do conceito ‘claustro’. A disposição espacial e supratemporal da ‘instalação’ contradiz o tempo narrativo/cronológico da(s) ópera(s), configurando uma espécie de mundo paralelo, com leis próprias”, adianta o grupo.

SINOPSE DAS ÓPERAS
“Artista da Fome” (Armando Lôbo) é baseada em conto de Franz Kafka e amplifica de forma fantástica os anseios imateriais do artista. A ópera põe em cena o espetáculo grotesco de uma artista esquálida que, dentro de uma jaula, expõe seu jejum ao público durante muitos dias. A exibição é organizada por um empresário amoral, que fiscaliza a jejuadora, assegurando a todos que a moça não está ingerindo nada, a não ser água em um minúsculo copo de barro.

“Desachados e Perdidos” (Victor Luiz) é uma ópera de caráter ao mesmo tempo social e mágico. Reflete poeticamente sobre o tempo desperdiçado devido à precariedade do transporte público no Brasil. O enredo soma canções de lamento por subjetividades contrastantes, incluindo o próprio ônibus como personagem/sujeito.

Fecha de la última modificación: 05/02/2025, 15:07