Tese de Leonardo Ferreira Batista é de que um ciclo contínuo sobre inovar e educar presente nos currículos e nas práticas educacionais potencializa aprendizagens transformadoras

Pesquisador descobriu “práticas educacionais de ponta” em espaços educacionais no interior de São Paulo e na Paraíba
A tese “O Papel da Inovação Social nas Práticas Educacionais Orientadas para a Aprendizagem Transformadora”, de Leonardo Ferreira Batista, revela que, para estimular uma aprendizagem transformadora e gerar inovação social, é fundamental construir visão de mundo de acordo com a realidade de aprendizes que buscam transformações na sociedade.
“A presença da inovação social no currículo e nas práticas educacionais pode potencializar a aprendizagem transformadora, criando um ciclo contínuo entre inovação social e educação, desde que o contexto favoreça esse tipo de inovação”, resume o trabalho realizado no Programa de Pós-Graduação em Administração (Propad), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
De acordo com Leonardo, a inovação social está diretamente relacionada com as capacidades humanas enquanto seres individuais e sociais. O doutor em Administração pela UFPE destaca que o interesse no assunto é inerente à sua vivência, já havia pesquisado sobre o tema no mestrado e, durante o doutorado, conseguiu aprofundar em relação às práticas educacionais.
Com orientação do professor Diogo Henrique Helal, a tese do pesquisador da UFPE busca na “Abordagem Freireana”, desenvolvida pelo educador pernambucano Paulo Freire, a concepção de “educação como um fenômeno autônomo e contributivo para a emancipação dos envolvidos”.
Como exemplos práticos de educação transformadora e ações inovadoras, o trabalho de Leonardo evidencia a atuação da Escola Projeto Âncora, que fica em Cotia, São Paulo; do programa paraibano da Escola Cidadã Integral Técnica (ECIT) da Paraíba; e, do modelo da ECIT Professor Bráulio Maia Júnior, localizada na cidade de Campina Grande, no estado da Paraíba.
“Foi possível constatar várias práticas [nesses espaços] que têm a inovação social como intrínseca em suas construções. Considerando lacunas na gestão pública acerca das demandas populacionais, a inovação social, em suas diversas frentes, inclusive a inovação de base, traz soluções construídas por várias mãos que têm dado resultado”, argumenta o administrador.
Segundo Leonardo, durante o trabalho e sua experiência educativa, foi fundamental perceber que quando existem investimentos, no campo de políticas públicas, para as práticas educacionais, surgem medidas e reflexos diretos que geram o que o pesquisador considera como “práticas educacionais de ponta”.
“Iniciativas estudadas na pesquisa - como a rede de Escolas Cidadãs Integrais Técnicas da Paraíba, que mostram o alinhamento da gestão pública com os temas atuais trabalhados na ciência - dão ao educando a possibilidade de transitar entre o conhecimento e a prática de temas sociais, além de uma construção de visão de mundo adequada a sua realidade e à modificação desta”, atesta o doutor em Administração pela UFPE.
Leonardo Ferreira Batista acredita que “quando a educação é realizada a partir de uma visão abrangente do potencial humano e incorpora a inovação social, mediante análise contextual dos envolvidos”, é possível criar, o que ele denomina como, um ciclo de desenvolvimento que traz importância e integração - “parte inerente à evolução da educação e do processo de transformação social pela ação educativa” - dos atores participantes.
“É importante que todas as partes estejam de acordo com esta mudança. Vale destacar que ainda é o começo, a pesquisa encontrou resistência por parte de alguns atores educacionais envolvidos, o que revela um novo e significativo assunto a ser investigado”, salienta Leonardo.
PRÁXIS DA INOVAÇÃO SOCIAL NA EDUCAÇÃO – O pesquisador da UFPE ressalta ainda que, dentre as práticas existentes e reveladas em sua tese, algumas perspectivas educativas essenciais para inovar socialmente são: adequações em contextos específicos com criação de redes, laboratórios de aprendizagem, mudanças curriculares, pedagogias alternativas e com mais acessibilidade.
“O que resulta numa compreensão cíclica que se relaciona com uma aprendizagem transformadora”, conclui Leonardo.
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