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Professora da UFPE participa de projeto de pesquisa da Ufal sobre tragédia socioambiental em Maceió
O projeto conta ainda com pesquisadores da UnB
A professora Marcele Elisa Fontana, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE e que atua também como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Gestão, inovação e Consumo do Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da Universidade, integra o projeto “Análise Quali-Quantitativa dos Incidentes Ocasionados pela Mineradora Braskem em Maceió (AL) sob a Perspectiva da Sustentabilidade em suas Dimensões Econômica, Social e Ambiental”, aprovado no Edital Universal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 2021. O projeto é coordenado pela professora Natallya Levino, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e conta ainda com a participação dos professores Anderson dos Santos (Ufal), Verônica Antunes (Ufal), Patrícia Guarnieri dos Santos (UnB) e Diego Mota Vieira (UnB).
A pesquisa aborda um dos maiores incidentes socioambientais mundiais em área urbana. O desastre impactou mais de 70 mil habitantes dos bairros de Mutange, Bom Parto, Bebedouro, Pinheiro e Farol, em Maceió. Estudos do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), em 2019, confirmaram que as minas de extração de sal produziram cavernas sinistras e desestabilizaram o subsolo desses bairros. Este desastre industrial gerou diversos impactos econômicos, sociais e ambientais como fechamento dos comércios locais afetados, choque psicológico, despejo de residências, fechamento de escolas e hospitais, modificação estrutural do meio ambiente, problemas na mobilidade urbana e na saúde pública, efeitos no mercado imobiliário, perda de renda da população atingida, danos ao patrimônio natural, material e cultural, danos ao solo, fauna e flora das regiões afetadas, entre outros.
No campo acadêmico, o desastre socioambiental de Maceió foi abordado no podcast Quero Saber, da Universidade de Brasília. No episódio publicado no último dia 2, foram entrevistados: a professora Natallya Levino, coordenadora da pesquisa; Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empreendedores do Bairro do Pinheiro e Região Afetada; e Neirevane Nunes, ex-moradora e liderança do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB).
Além disso, um repositório foi criado para divulgar os artigos e outros produtos desenvolvidos pelo grupo. O repositório tem a finalidade de reunir as informações produzidas por diferentes grupos de forma a publicizar o desastre que hoje atinge quase 60 mil famílias diretamente e impacta em toda a cidade de Maceió.
O grupo de pesquisa também criou um canal no YouTube intitulado “Relatos de uma tragédia”. O canal tem o objetivo de divulgar os resultados da pesquisa e promover o debate com a comunidade sobre os dados levantados, em busca de soluções.
Mais informações
Professora Marcele Elisa Fontana
marcele.elisa@ufpe.br