O artigo científico “Strategies for the treatment of colorectal cancer caused by gut microbiota” (em português, “Estratégias para o tratamento do câncer colorretal causado pela microbiota intestinal”), elaborado por membros dos grupos de pesquisa Microbiologia Clínica e Novas Abordagens Terapêuticas (Micronat) e Imunologia de Doenças Infecciosas e Parasitárias, foi publicado na Life Sciences (v. 290, 2022), periódico internacional de fator de impacto 5.03 e Qualis A1. Essa revista é dedicada à publicação de artigos que têm por foco a pesquisa sobre os mecanismos moleculares, celulares e fisiológicos da farmacoterapia.

A equipe, ligada ao Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), verificou os mecanismos e a função de algumas bactérias no Câncer Colorretal (CCR) e as abordagens terapêuticas que se concentram no combate a essas bactérias. A mestranda Jaqueline Barbosa de Souza é a autora principal da pesquisa, que contou com a colaboração da professora Maria Carolina Accioly Brelaz de Castro e orientação da professora Isabella Macário Ferro Cavalcanti. As autoras são integrantes do Programa de Pós-Graduação em Inovação Terapêutica (PPGIT) e do Programa de Pós-Graduação em Biologia Aplicada à Saúde (PPGBAS) da UFPE.

O artigo trata sobre o câncer colorretal e as mudanças da composição da microbiota intestinal como influenciadoras no desenvolvimento da doença, mediada através da produção de metabólitos e toxinas bacterianos que causam danos nas células intestinais (enterócitos) e as estratégias terapêuticas que podem ser utilizadas a fim de evitar a iniciação e/ou desenvolvimento dessa doença. Foi observado que bactérias como Fusobacterium nucleatum, Escherichia coli e Bacteroides fragilis são frequentemente descritas como as principais agentes desse processo. As principais terapias passíveis de utilização considerando esses microrganismos e o câncer colorretal são a modificação na dieta, transplante de microbiota fecal e uso de probióticos e antibióticos. Contudo, as autoras ressaltam que, embora essas alternativas sejam promissoras, se faz necessária a aprimoração das técnicas de utilização, bem como a elucidação da eficácia e segurança desses métodos.