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UFPE lança Painel Digital de Monitoramento de Ações Afirmativas e Promoção de Igualdade Étnico-Racial

O Painel Digital deverá englobar informações de outras universidades e instituições de Ensino Superior do Estado

O Painel Digital de Monitoramento de Ações Afirmativas e Promoção de Igualdade Étnico-Racial da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) já está disponível para consulta pela internet. O projeto é fruto da iniciativa do Núcleo de Políticas de Educação das Relações Étnico-Raciais da UFPE (Núcleo Erer) de coletar, sistematizar e analisar informações sobre as políticas afirmativas de promoção de igualdade socio-étnico-racial no Ensino Superior público de Pernambuco.

Fotos: Eugênia Bezerra

Lançamento ocorreu na quinta-feira (20), no Auditório Reitor João Alfredo

O Painel Digital foi lançado na quinta-feira (20), no Auditório Reitor João Alfredo, na Reitoria da UFPE. A professora Conceição Reis, idealizadora e coordenadora-geral do projeto, e o professor Francisco Jatobá, coordenador científico da iniciativa, fizeram a primeira parte da apresentação. Neste primeiro momento, as informações disponibilizadas no painel são referentes à UFPE, mas já existe a meta de envolver outras universidades e instituições de ensino pernambucanas, tanto que participaram da mesa de lançamento o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) José Nilton de Almeida, o técnico da Secretaria de Educação de Pernambuco Josebias José dos Santos e o gerente da Igualdade Racial da Prefeitura do Recife Marcelo Diniz.

“Esta é uma iniciativa que surge na UFPE, mas que é pensada também a partir de um grupo de trabalho interinstitucional. A gente começa aqui e vai crescer. Nosso desejo é que o painel sirva como fonte de informação também sobre a situação das escolas públicas, da segurança pública, da saúde pública”, afirmou Conceição Reis, que é pró-reitora de Extensão e Cultura da UFPE.

Professor do Departamento de Sociologia, Francisco Jatobá lembrou que a construção do painel teve início em um momento desafiador para o Brasil: “Começamos no pico da pandemia de covid-19. O processo de avaliação dos efeitos da Lei de Cotas nas universidades se aproximava e imaginamos que construir este projeto seria importante para a Universidade poder se posicionar criticamente neste contexto. Assim, a proposta foi levada para o Consórcio Pernambuco Universitas. Pensamos em começar com este módulo na UFPE e, a partir daí, escalonar [o trabalho] e compartilhar experiências”.

A apresentação do painel para o público continuou com as falas do responsável pela parte de tecnologia da informação do projeto, o pesquisador de Inovação e técnico de dados Marlos Gondim Ribeiro Batista, da Superintendência de Tecnologia da Informação da UFPE (STI), e de três dos sete integrantes da equipe de Pesquisa e Levantamento, Lenivaldo Idalino de Oliveira, Yure Gonçalves da Silva e Lívia Maria dos Santos Araújo.

Cada um deles comentou aspectos referentes a um dos três eixos do painel, que são: Políticas e processos de ingresso, permanência e sucesso em nível de graduação e pós-graduação; Políticas e processos de ingresso nas carreiras docentes e servidores técnico-administrativos e Políticas de Acompanhamento das Comissões de Heteroidentificação.

Os dados de 2012 a 2021 foram obtidos a partir dos registros da Diretoria Estratégica de Planejamento, Avaliação e Gestão (Deplag) e do Sistema de Informações e Gestão Acadêmica (Siga). Há informações sobre as populações indígena, quilombola, cigana e negra.

Conceição Reis detalha o projeto do Painel Digital

Os organizadores do projeto buscaram construir uma interface amigável, com dashboards interativos, pensando em contribuir para a circulação de informações na mídia, em instituições públicas ou privadas, órgãos governamentais, entidades civis e na própria comunidade acadêmica (será possível baixar os dados em uma tabela em formato .xls, por exemplo).

O grupo de pesquisadores destaca que a instrumentalização dessas informações pode proporcionar não apenas entendimento da distribuição étnico-racial nos espaços acadêmicos, mas afirma o compromisso de garantia dos aparatos equitativos em relação às ações afirmativas, incentivando o estado na promoção do combate ao racismo em Pernambuco.

“Na UFPE, temos algumas ações afirmativas e quando temos uma situação política que estimula a formação de redes de trabalho, é sensacional. Com o atual governo federal, que tem os Ministérios da Igualdade Racial, das Mulheres e dos Direitos Humanos e da Cidadania, vamos encontrar sinergia para aprofundar processos aqui na Universidade. A gente tem que avançar nas mudanças mais profundas da sociedade brasileira e as universidades têm um papel muito importante nisso”, avaliou o reitor Alfredo Gomes.

O vice-reitor Moacyr Araújo completou: “Para pensar as ações afirmativas, a gente precisa saber como é o contexto em que estamos trabalhando. Olho para o Observatório como uma semente e faço um link com o Ensino Médio, nesse momento em que ele está sendo discutido. É fundamental que a gente saiba quem são os jovens que estão chegando à Universidade e para onde elas vão quando saem daqui. A diversidade é uma questão de excelência. Quando o professor [Francisco Jatobá] mostra esses resultados das ações afirmativas, fica claro que temos que ir atrás disso”. 

Mais informações
Professora Conceição Reis

maria.conceicaor@ufpe.br
Professor Francisco Jatobá
francisco.jandrade@ufpe.br

Date of last modification: 25/04/2023, 09:40