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Fórum aponta convergência entre questões agrária e indígena

Participaram deputado federal diplomado Carlos Veras (PT-PE) e presidente da Associação Indígena Xukuru, Guila Xukuru Araújo

Para abrir a temporada 2019 de atividades, o Instituto Futuro da UFPE promoveu ontem (22) o primeiro Fórum Brasil do ano com um debate sobre “A questão agrária e o problema indígena”, com a participação do deputado federal diplomado Carlos Veras (PT-PE) e do presidente da Associação Indígena Xukuru, Guila Xukuru Araújo. Ambos, a partir de suas vivências específicas, apontaram convergência entre os problemas da agricultura no campo e as comunidades tradicionais, como os indígenas. “Um e outro estão intrinsecamente relacionados: se faltar respeito aos nossos direitos, a questão agrária também sofrerá”, afirma Guila, ao que Veras, ex-agricultor familiar, complementa: “Somos todos povos do campo”.

Foto: Passarinho

Carlos Veras, Guila Xucuru, Marcos Costa Lima e Pedro Lapa durante o evento

Um dos organizadores e debatedor do evento, junto com o economista Pedro Lapa, o professor Marcos Costa Lima abriu os trabalhos enfatizando o propósito das atividades do Instituto Futuro, que atua para atender aos objetivos de compilar o que a UFPE pensa sobre o que ocorre no mundo, avaliar os riscos de guerras e danos ambientais e observar o que ocorre no Brasil na conjuntura atual.

Para Carlos Veras, deputado eleito para primeiro mandato, muitos dos desafios que a Câmara Federal vai apresentar na próxima legislatura se relacionam ao tema do debate. Ao apontar o que classifica de “agenda de retrocesso”, o futuro parlamentar destaca a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), ainda no Governo Temer, como um grande golpe para quem depende de programas e projetos estatais de fomento à agricultura, como os pequenos agricultores. “Precisamos construir um processo de resistência e reação, mas que não fique à mercê dos fatos. É necessário nos articularmos planejadamente, de maneira a defender as organizações que militam na luta pela terra e pelos direitos dos trabalhadores”, afirma.

Segundo Guila Xucuru, cuja comunidade indígena já tem garantida a demarcação de suas terras -  na Serra do Ororubá, no município pernambucano de Pesqueira -, o maior desafio desses povos tradicionais é manter a luta para que a garantia da terra se estenda aos demais povos. “Existe uma estratégia de ameaça constante de mudanças na legislação, de maneira a nos tornar mais vulneráveis”, denunciou. Ao finalizar sua fala, o Xucuru pediu à plateia, formada de professores, gestores acadêmicos e alunos, que reproduzissem um brado comum a sua comunidade indígena e falou: “E diga ao povo que avance!” Ao que os presentes responderam: “Avançaremos!”

Confira o vídeo produzido pela Ascom

Mais informações
Instituto Futuro da UFPE
institutofuturo@ufpe.br

 

 

Date of last modification: 24/01/2019, 14:56