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Imagens das primeiras plantas brasileiras coletadas no século XVII são disponibilizadas no INCT Herbário Virtual

Livro contém amostras de plantas do Brasil, coletadas por Georg Marcgrave, geógrafo e naturalista, que esteve em Pernambuco de 1638 a 1644

O INCT Herbário Virtual da Flora e dos Fungos, cuja sede é a UFPE, acaba de receber do Museu de História Natural da Dinamarca (Natural History Museum of Denmark) o compartilhamento virtual das imagens do “Herbarium vivum brasiliense”, um livro-herbário que contém as primeiras amostras de plantas do Brasil, coletadas por Georg Marcgrave, geógrafo, astrônomo e naturalista, que esteve na então colônia holandesa, entre os anos de 1638 a 1644. São 173 exsicatas, contendo amostras de 149 espécies, representadas por plantas nativas e cultivadas da flora do Nordeste brasileiro. Ele pode ser conferido aqui. 

Foto: Divulgação

Professor Per Olof Ryding, pesquisador do Herbário C, ao lado do livro 

“O INCT Herbário Virtual trabalha colocando na internet os dados dos herbários coletados de plantas e fungos do Brasil resgatando o material que está no exterior. Conseguimos contato com o comitê do Museu de História Natural da Dinamarca e eles nos forneceram o acesso às imagens virtuais do livro. Esse é um resgate extremamente importante, pois são imagens das primeiras amostras de plantas já registradas da flora brasileira, no século XVII, durante a ocupação holandesa no Nordeste”, explica a coordenadora do INCT Herbário Virtual, professora Leonor Maia. Para ver as imagens e dados sobre as coletas diretamente pelo site do INCT Herbário Virtual basta entrar no site e, no formulário de busca, procurar Herbário C.

O livro-herbário e diversos manuscritos foram levados para a Holanda e serviram de base para a publicação da Historia Naturalis Brasiliensis (Piso & Marcgrave 1648), editado por Jan de Laet, que faleceu em 1649. Após sua morte, o herbário foi comprado por Willian Worm e levado para a Dinamarca. Posteriormente, foi adquirido pelo então rei da Dinamarca, Frederico III, e incorporado ao acervo real, hoje no Museu de História Natural da Dinamarca.

Para se ter uma ideia da importância do acervo, é preciso lembrar que as outras amostras antigas provenientes do Brasil datam da segunda metade do século XVIII, como aquelas coletadas por Philibert Commerson (e Jeanne Baret), 1767, e de Alexandre Rodrigues Ferreira, entre 1783 e 1792. O acervo digital repatriado pode ser considerado uma relíquia.

O “Herbarium vivum brasiliense” foi estudado na década de 1970 pelos pesquisadores Dárdano de Andrade-Lima, botânico pernambucano; Anne Fox Maule, Troels Myndel Pedersen e Knud Rahn, dinamarqueses, resultando na publicação da lista identificada e comentada das amostras. Quase uma década depois, como forma de divulgar esse importante acervo histórico, o texto do artigo, escrito originalmente em inglês, foi traduzido para o português e publicado como livro, incluindo as fotografias das amostras.

A divulgação das imagens das plantas coletadas por Marcgrave no INCT Herbário Virtual, em parceria com o Museu de História Natural da Dinamarca, é como a descoberta de um tesouro perdido. Resgata um dos mais importantes patrimônios históricos da flora brasileira, além de possibilitar que a comunidade científica e os amantes da botânica possam, de forma acessível, utilizá-lo na pesquisa e ensino em diversas áreas do conhecimento.

Date of last modification: 05/02/2021, 18:00

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