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UFPE recebe estudantes africanos e latino-americanos através do PEC-G com acolhimento especial do Núcleo Erer e Laberer

Na edição 2025.1, a Universidade recebe cerca de 16 estudantes oriundos de países africanos e da América Latina

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por meio do Núcleo de Políticas de Educação das Relações Étnico-Raciais (Núcleo Erer) e do Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais (Laberer), realiza ação especial de recepção e acolhimento a estudantes estrangeiros participantes do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G). Nesta edição de 2025.1, a Universidade recebe cerca de 16 estudantes oriundos de países africanos e da América Latina.

Criado em 1964, o PEC-G é um programa do governo brasileiro que promove a cooperação educacional, cultural, científica e tecnológica com países em desenvolvimento. Apesar de sua longa trajetória, a iniciativa ainda é pouco divulgada, como destacou Sandra Cordeiro, uma das organizadoras do acolhimento: “O PEC-G não é algo novo. É um programa potente, mas muitas vezes invisibilizado. Ele opera em uma lógica de cooperação e reciprocidade entre países do Sul global”. Os participantes chegam ao Brasil após um processo de adaptação que inclui o aprendizado da língua portuguesa e têm a oportunidade de cursar graduação em instituições públicas de ensino superior. Na UFPE, os alunos são provenientes de países como Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Burkina Faso e Jamaica, sendo este último um dos representantes latino-americanos confirmados até o momento.

Nesta edição, o Centro Acadêmico de Vitória (CAV), em Vitória de Santo Antão, receberá nove dos 16 estudantes – a maior concentração desde o início do programa na UFPE –, com destaque para cursos da saúde. Quatro alunos ficarão no Campus Recife e um no Centro Acadêmico do Agreste (CAA), em Caruaru, distribuídos em diferentes áreas do conhecimento. A interiorização do PEC-G é vista como um avanço na política de internacionalização da Universidade. “A interiorização fortalece a presença internacional nos territórios e amplia o papel da UFPE como espaço de articulação entre saberes globais e realidades locais”, explicou Helen Silva, integrante do Laberer e mestranda em Educação.

Além do apoio institucional, o acolhimento contou com a participação ativa de estudantes da UFPE, que ofereceram hospedagem temporária, suporte logístico e integração cultural. Entre os voluntários estavam Polyana Hermínio (Serviço Social), Amanda Ferreira e Sandra Hortencio (também do curso de Serviço Social), Neemias Abrantes (Arquitetura) e Cintia Varela (Engenharia Biomédica). “É uma experiência que reafirma a importância da universidade pública como espaço de trocas, de formação cidadã e de cooperação entre povos historicamente ligados por processos de colonização e resistência”, acrescentou Helen. A ação também conta com apoio da Pró-Reitora para Assuntos Estudantis (Proaes) e da Diretoria de Relações Internacionais (DRI). Trata-se de um primeiro momento receptivo. Ainda há outro evento previsto.

A chegada dos novos estudantes reforça o compromisso da UFPE com a internacionalização crítica e a promoção de políticas inclusivas. Para a Universidade, o PEC-G representa mais do que uma oportunidade acadêmica – é uma via de intercâmbio cultural e afetivo que fortalece laços históricos entre o Brasil e outros países marcados por trajetórias comuns de luta e resistência. A iniciativa consolida ainda o papel da instituição como agente na construção de uma educação superior pautada pela justiça social, solidariedade internacional e defesa dos direitos humanos.

Date of last modification: 15/04/2025, 09:11