A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) comemorou, ontem (segunda, 11), 198 anos de história, em referência à fundação da Faculdade de Direito do Recife (FDR), em 1827. As comemorações de aniversário tiveram início, pela manhã, com Missa em Ação de Graças celebrada pelo padre Davi Melo, no Mosteiro de São Bento, em Olinda, local que sediou as primeiras turmas do curso jurídico que deu origem à FDR e à UFPE. Esse é considerado o primeiro curso de Direito do Brasil, junto com o da Universidade de São Paulo (USP).

Presente à cerimônia, o reitor Alfredo Gomes trouxe uma mensagem à comunidade acadêmica e à sociedade. “Acho que a principal mensagem é, por um lado, de agradecimento pelo compromisso das diferentes gerações que vêm se dedicando à formação de uma instituição tão importante quanto a Universidade Federal de Pernambuco; uma instituição que passou por importantes transformações, e ainda passa, mas que se reafirma, a cada momento, como uma instituição inclusiva, como uma instituição democrática, com multicampia, que quer preservar, obviamente, essa diversidade que é parte da identidade da Universidade Federal de Pernambuco”, disse. “Por outro lado, nós temos que olhar um pouquinho para frente. A gente precisa se planejar, e esse planejamento indica que nós precisamos continuar resilientes e também dedicados às tarefas centrais da Universidade”, completou.

A vice-diretora da FDR, Antonella Galindo, lembrou o simbolismo de celebrar os 198 anos do curso de Direito em sua primeira sede em Pernambuco. “A Faculdade, embora seja uma instituição laica, é uma instituição que tem uma ligação com a Igreja Católica no seu início, na sua origem, já que o Brasil, na época do Império, era um país oficialmente católico. E a Faculdade de Direito do Recife, que foi a primeira do Brasil a ser fundada junto com [o curso jurídico da Universidade de] São Paulo, ela funcionou inicialmente aqui no Mosteiro de São Bento, em Olinda. Então, os beneditinos foram a ordem eclesiástica que acolheu a Faculdade no seu início. Posteriormente, a Faculdade se mudou para Recife”, explicou.

A professora ressaltou que a ligação histórica entre a Faculdade e a Igreja Católica não significa subordinação de uma instituição à outra, mas sim uma relação de cooperação, mantendo a independência. “Nunca a laicidade pode significar uma fratura entre essas instituições ou que elas se vejam como inimigas, mas sim como parceiras, cada uma guardando a sua independência, mas como parceiras naquilo que essencialmente forem, digamos assim, objetivos comuns e aspirações comuns”, defendeu.

“A Faculdade de Direito [do Recife], hoje, representa todo o berço histórico do ensino jurídico para o nosso país. Representa a força pernambucana, representa o nosso compromisso com o ensino de qualidade, com o fortalecimento da soberania, da democracia. E, no dia 11 de agosto [ontem], é dia de a gente comemorar os cursos jurídicos, mas também de ratificar o nosso compromisso com toda a sociedade. Então, a Faculdade de Direito [do Recife] leva esse pioneirismo e essa força do ensino jurídico e do povo pernambucano para todos nós”, afirmou a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Pernambuco (OAB-PE) e professora da FDR, Ingrid Zanella.

PROGRAMAÇÃO - A programação de aniversário dos 198 anos da UFPE prosseguiu, na noite de ontem (segunda, 11), com atividades na FDR, que fica na área central da capital pernambucana. Hoje (terça, 12), às 18h, haverá apresentação do Coro de Câmara de Campina Grande, sob regência do maestro Vladimir Silva, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na Várzea, Recife. A entrada é gratuita.

No dia 14, às 16h, será realizada uma missa no Auditório Reitor João Alfredo, localizado no 1º andar do prédio da Reitoria da UFPE, no Campus Recife. Já no dia 15 deste mês, às 10h30, será realizado um culto ecumênico no mesmo local.

*Foto de Júlia Alencar