A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por meio da Faculdade de Direito do Recife (FDR)/Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), realizou, na noite de ontem (31), o Ato em Defesa da Soberania Nacional e das Instituições Republicanas. O evento apartidário reuniu docentes, técnicos administrativos, estudantes, políticos e representantes do Poder Judiciário, de entidades de defesa dos Direitos Humanos, de movimentos sociais e da sociedade civil no Salão Nobre da FDR, na área central da capital pernambucana.

O ato teve como objetivo repudiar medidas de sanção econômica contra o Brasil, bem como tentativas de ingerências estrangeiras em instituições da República, notadamente, as contrárias à independência constitucional do Poder Judiciário. “Se temos democracia de um lado, golpe de estado do outro, vamos ficar do lado da democracia. Se temos soberania [de um lado] e subserviência do outro lado, vamos ficar do lado da soberania. Isso é um compromisso que assumimos enquanto Faculdade de Direito do Recife e com a própria Constituição”, disse a vice-diretora da FDR e coordenadora do ato, Antonella Galindo.

Para o vice-reitor Moacyr Araújo, o ato representa o compromisso da UFPE com a defesa da sociedade e da democracia. Ele também repudiou tentativas de intervenção internacional: “O que está acontecendo, na verdade, é uma tentativa de neocolonialismo aberta, escancarada, com interesses comerciais muito claros e com também interesses de monopólio político-econômico muito claros.” 

O vice-reitor ainda defendeu posicionamentos de autoridades e da sociedade a favor da soberania brasileira. “Tenho certeza absoluta que nós vamos nos recordar de 2025 como um novo Grito do Ipiranga. Porque é essa autonomia que faz com que nós possamos ser, de fato e não só de papel e de direito, mas, de fato, uma nação soberana”, declarou ele, que representou o reitor Alfredo Gomes no ato.

A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Pernambuco (OAB-PE) e professora da FDR, Ingrid Zanella, repudiou “atos que tentam macular a independência e a autonomia do nosso país”. Ela continuou: “Temos que ter coragem de entender o que está acontecendo e ratificar o nosso compromisso com a defesa intransigente do nosso país.”

O diretor da FDR, Torquato Castro Júnior, também fez sua fala no evento. “O Brasil é uma democracia. Nossas eleições são limpas, válidas e boas; não são eleições roubadas”, disse ele. “Nós temos, sim, liberdade de opinião, mas soberania não é uma questão de opinião”, completou. 

Como parte do ato, professores, técnicos administrativos e estudantes leram a Carta da Praça Adolfo Cirne em Defesa da Soberania Nacional. O Hino da Independência encerrou o evento. O ato teve transmissão ao vivo no canal da UFPE no YouTube.