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Pesquisadores publicam artigo sobre sinais sonoros emitidos por morcegos brasileiros
Pesquisa contou com professor e doutorando da UFPE e é a mais completa referência sobre o assunto
Um grupo de pesquisadores das Universidades Federais de Pernambuco (UFPE) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade de Brasília (UnB) e do Gabinete de Estudos Biotope, da Guiana Francesa, acaba de publicar a mais completa referência para identificação dos sinais sonoros emitidos pelos morcegos brasileiros. O artigo “Who’s calling? Acoustic identification of Brazilian bats” foi publicado na revista científica Mammal Research e conta com a participação do professor Enrico Bernard, do Departamento de Zoologia da UFPE.
Fotos: Divulgação
'Sexto sentidos' dos morcegos é chamado de ecolocalização
Bernard explica que, quando voa, um morcego emite sinais de ultrassom para a sua orientação espacial para identificação de presas e alimento e também para a comunicação social entre indivíduos. “Este ‘sexto sentido’ dos morcegos é chamado de ecolocalização. Assim como nas aves, algumas das espécies de morcegos podem ser identificadas por seus sinais únicos, chamados de sinais espécie-específicos”, esclarece. A maioria dos sinais emitidos pelos morcegos são inaudíveis ao ouvido humano e a sua análise requer o uso de equipamentos e softwares específicos.
Foram atualizadas informações sobre oito das nove famílias de morcegos brasileiros
Ao lado do seu orientando de doutorado Frederico Hintze (UFPE) e dos pesquisadores Adriana Arias-Aguilar (UFRGS), Ludmilla M.S. Aguiar (UnB), Vincent Rufray (Biotope) e Maria João Ramos Pereira (UFRGS), Bernard reuniu e atualizou informações sobre os chamados de ecolocalização de espécies de oito das nove famílias de morcegos presentes no Brasil: Emballonuridae, Furipteridae, Molossidae, Mormoopidae, Natalidae, Noctilionidae, Thyropteridae e Vespertilionidae. Só no Brasil, são conhecidas mais de 180 espécies.
“A identificação acústica de morcegos é muito útil tanto para fins de inventário e monitoramento da presença de espécies, quanto para inferir o uso dos ambientes por estes animais. Isso tem implicações que vão desde a identificação de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade, até situações de licenciamento ambiental de grandes obras, como hidrelétricas e parques eólicos”, afirma. O trabalho reforça que a bioacústica é uma ferramenta fundamental para ampliar o conhecimento sobre morcegos e melhorar sua conservação no Brasil.
Mais informações
Professor Enrico Bernard
enrico.bernard@ufpe.br