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Sessão extraordinária do Consuni inicia comemoração do 77º aniversário da UFPE com palestras sobre história da Universidade

Ao final da solenidade, houve o corte do bolo alusivo aos 77 anos no hall da Reitoria

Fotos: Luiza Cabral

Sessão extraordinária, aberta ao público, foi presidida pelo reitor Alfredo Gomes

Os professores Socorro Ferraz (CFCH), Sergio Rezende (CCEN) e Marcos Galindo (CAC) compartilharam informações e reflexões sobre o passado, o presente e o futuro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com as pessoas que assistiram à sessão extraordinária do Conselho Universitário (Consuni) na manhã de sexta-feira (11). O evento aberto ao público foi realizado no Auditório Reitor João Alfredo, na Reitoria da UFPE, e iniciou o dia de celebrações pelos 77 anos da UFPE e os 196 anos da Faculdade de Direito do Recife (FDR). O evento foi presidido pelo reitor Alfredo Gomes. Ao final da solenidade, houve o corte do bolo alusivo aos 77 anos no hall da Reitoria.

Professora do Departamento de História, Socorro Ferraz deu início à sua palestra falando sobre as transformações vividas pelas universidades ao longo do tempo, em diversas partes do mundo. Lembrou que a autonomia das universidades permite que elas sejam um espaço de indagações e também para organizar a memória, “herança cultural dos saberes, ideias e valores” dos povos.

Socorro Ferraz destacou transformações das universidades

“Isso nós não podemos perder nunca e só vamos ter essa autonomia se tivermos democracia. Sem democracia as universidades não pode funcionar. Elas não são as mesmas. Nós acabamos de ter uma experiência muito desagradável com a negação da ciência, a negação da autonomia; a negação da felicidade e da vida com a pandemia. A gente tem que fazer dessa universidade, mais ainda, uma fronteira de democracia em uma relação muito próxima com a sociedade”, avaliou ela. 

Sergio Rezende abordou institucionalização das pós-graduações

O professor Sergio Rezende, do Departamento de Física, contribuiu pela perspectiva de quem participou de 51 dos 77 anos da UFPE. “O Instituto de Física da UFPE tinha sido criado em 1968, muito recente. E foi criado na mesma época da reforma universitária, quando foram criados os regimes de tempo integral e dedicação exclusiva e a pós-graduação foi institucionalizada. Vejam, a pós-graduação no Brasil foi institucionalizada há 54 anos. É muito pouco tempo num país que tem 500 anos de história”, comparou. Rezende e Socorro já receberam o título de Professor Emérito da Universidade.

Marcos Galindo falou sobre importância do Ensino, Pesquisa e Extensão

Ex-aluno de Socorro Ferraz e docente no Departamento de Ciência da Informação (DCI), o professor Marcos Galindo lembrou que a trajetória da UFPE começa antes da criação da Universidade do Recife no dia 11 de agosto de 1946: “A gente está beirando os 200 anos, a gente não está falando de uma escola de pedra e cal. Aliás, Paulo Freire dizia que a parte mais fácil de uma escola é fazer a construção de pedra e cal”. Mais tarde, completou: “Ensino deve ser consequência da Pesquisa e a Extensão é o destino das duas. A Extensão é aquela práxis de converter conhecimentos científicos em avanço social. Se a gente não entender isso, a gente não tem uma universidade”.

Além dos palestrantes, outros componentes da mesa deram seus depoimentos. A professora Márcia Angela Aguiar, do Centro de Educação, por exemplo, atual presidenta da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), recordou efeitos da repressão após o golpe de 64 a partir da própria experiência como estudante. Ela também comentou sobre mudanças sociais que tem testemunhado em sua carreira, como uma maior presença de mulheres na ciência e em cargos de liderança. “Nesses 77 anos, vimos a Universidade se abrir para a diversidade, isso também é muito importante”, destacou.

O professor Fernando Torquato Jr., diretor da Faculdade de Direito do Recife (FDR)/Centro de Ciências Jurídicas, comentou os esforços para cultivar uma maior integração para que os estudantes dos cursos jurídicos tenham uma vivência ampla da Universidade [pois o CCJ funciona fora do Campus Recife, que concentra a maior parte dos departamentos da UFPE na capital pernambucana]. “Gostaria de dizer que também sou favorável a essa ideia de que nossa vivência de Ensino Superior comemora 196 anos. Quando chegarmos aos 200, devemos chegar juntos porque o nosso esforço é um só: o esforço pelas luzes”, afirmou.

Corte do bolo reuniu comunidade após a sessão do conselho

O vice-reitor Moacyr Araújo comentou que as palestras proferidas naquela manhã poderiam ser repetidas em outras ocasiões, “porque trazem o verdadeiro espírito da Universidade”. “A história da UFPE são as histórias das pessoas que fazem a UFPE. Nesta semana, também começamos a comemorar os 60 anos da Rádio Paulo Freire, tivemos uma bela explanação feita pela professora Yvana Fechine sobre o que foram os ‘anos de chumbo’ e vimos claramente que a Universidade tem e sempre teve um papel fundamental na sociedade. Não existe ciência sem pensamento livre, democracia e ciência são mutuamente dependentes”, disse.

O reitor Alfredo Gomes também falou sobre a importância das universidades para a sociedade. “Precisamos construir caminhos sólidos dentro da universidade para que a excelência seja o marco central do processo porque é isso também que garante a sobrevivência dela no futuro. Nós queremos garantir essa excelência de forma compatível com uma perspectiva democrática da universidade. Queremos uma universidade mais diversa, e é importante verificar que essas políticas estão sendo repautadas nacionalmente; uma universidade mais inclusiva, isso também ganha aderência quando essa pauta vem sendo retomada no Brasil; queremos uma universidade antirracista e anticapacitista; uma universidade plural. Não há contradição entre diversidade e excelência, pelo contrário, a diversidade é elemento fundamental na composição da qualidade e da excelência. Não só das instituições, mas da sociedade”, concluiu.

Date of last modification: 14/08/2023, 15:10