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HC realiza mutirão de colocação de prótese ocular em crianças curadas do retinoblastoma

Hospital é o centro de referência do Norte-Nordeste no atendimento oftalmológico de pacientes com esse tipo de câncer

Quatro crianças que passaram por tratamento de retinoblastoma no Hospital das Clínicas da UFPE foram beneficiadas por um mutirão de colocação (ou substituição) de prótese ocular, realizado na terça-feira (19), no ambulatório de oftalmologia do HC, centro de referência do Norte-Nordeste no atendimento oftalmológico de pacientes com esse tipo de câncer ocular, que acomete majoritariamente crianças de até 5 anos. O HC é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Essa é a primeira ação com esse objetivo após a parceria do HC com o Lions Club Internacional, firmada em junho passado para a colocação de próteses em pacientes que passaram pela enucleação (a remoção do globo ocular), provocada pelo agravamento de tumores oculares, principalmente, o retinoblastoma, o mais comum deles.

Crianças de sete meses a sete anos de idade foram beneficiadas com a ação, que contou com a participação de residentes e voluntários do Lions. “Essas crianças foram tratadas contra o retinoblastoma e precisaram ter o olho retirado. A colocação da prótese, além de restabelecer a parte estética, é importante para o completo desenvolvimento ósseo e dos tecidos da face da criança, melhorando a qualidade de vida, autoestima e complementando o tratamento”, disse a oftalmologista do HC Virgínia Torres, que é especialista em Oncologia Ocular.

A adaptação e a avaliação das próteses são realizadas pela oftalmologista Ana Karina Téles, que é especialista em Oculoplástica e Órbita. “Na consulta de avaliação, é verificada a viabilidade de adaptação da prótese ocular, as pálpebras são avaliadas em relação ao posicionamento, os fórnices (espaço entre as pálpebras e o olho) são avaliados quanto à presença de simbléfaro (aderências), a atrofia ou o alargamento da cavidade são pesquisados, bem como a presença de secreção anormal”, afirmou a especialista.

Uma das crianças que participaram da ação foi Kaleb Ferreira, de 6 anos, morador da cidade de Calçado (a cerca de 200 km do Recife), que vai substituir a prótese atual. “Ele foi diagnosticado com retinoblastoma com um ano e meio, perdeu o olhinho e com quatro anos passou a usar a prótese, que agora está ficando folgada”, contou a mãe de Kaleb, a agricultora Maria Monalisa Souza.

Ana Karina Téles explica que são avaliadas medidas da cavidade anoftálmica, verificação de coloração da íris, tamanho da pupila, avaliação da esclera (parte branca) do olho contralateral e são utilizadas lentes/próteses de teste até se escolher o “modelo” mais adequado. “São tiradas fotografias que também são enviadas ao protético. A partir da avaliação e registro desses parâmetros, é feita a encomenda da prótese que leva em torno de 20 dias para ser confeccionada sob medida”, pontuou Ana Karina.

Retinoblastoma
O retinoblastoma é um câncer raro e silencioso, que pode ser diagnosticado e tratado precocemente, o que pode evitar o agravamento do tumor, que pode levar à perda do globo ocular e até à morte. Tratado rapidamente, pode alcançar índices de 90% de cura, inclusive, com a preservação da visão da criança. “Essa ação do HC é importante também para divulgar o Setembro Dourado, mês de prevenção ao câncer infantojuvenil, incluindo o retinoblastoma”, explicou Virgínia Torres.

Alguns sinais devem acender o sinal de alerta nos responsáveis para a procura de um centro especializado: o reflexo branco nos olhos em fotos tiradas com flash (o comum é esse reflexo ser vermelho), estrabismo, movimentos irregulares dos olhos, dor nos olhos e pupilas de cores diferentes.

Date of last modification: 20/09/2023, 13:24