A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) lamenta o falecimento do professor François Ottmann, um dos fundadores do Instituto de Biologia Marinha e Oceanografia, que originou o Departamento de Oceanografia do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) da UFPE. O docente morreu, no dia 13 deste mês, na cidade de Nantes, na França.

O vice-reitor da UFPE e professor do Departamento de Oceanografia, Moacyr Araújo, destaca o pioneirismo de François Ottmann, sua paixão pela Oceanografia Tropical, em particular do Nordeste do Brasil, e sua relevante contribuição científica para a UFPE e outras instituições da região. “Nós devemos uma homenagem a ele pelo pioneirismo, pela atuação e pela capacidade visionária que o professor Ottmann teve. Ele faleceu, mas a frase que fica marcada, que é uma frase dele que inclusive está na entrada do Departamento de Oceanografia, é ‘bom vento e bom mar’”, afirma o vice-reitor. “Todo o Departamento de Oceanografia deseja ‘bom vento e bom mar’ ao professor Ottmann nesta sua nova jornada”, completa.

“Ele foi um grande desbravador dos trabalhos de Geologia, de mapeamento do fundo oceânico no Brasil, da nossa plataforma. Ele era um grande visionário”, ressalta a professora Tereza Araújo, do Departamento de Oceanografia, que também é diretora de Pós-Graduação da Pró-Reitoria para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq).

François Ottmann, que atuou na UFPE do final da década de 1950 até o início da década de 1960, também criou a revista “Trabalhos Oceanográficos”, vinculada ao Departamento de Oceanografia da UFPE e que continua em circulação até os tempos atuais com o nome Tropical Oceanography.

Em 2002, ele esteve no Campus Recife da Universidade durante as comemorações dos 50 anos do Departamento de Oceanografia. Naquela ocasião, a professora Tereza Araújo conheceu o docente.

HISTÓRICO – O Departamento de Oceanografia da UFPE originou-se do Instituto de Biologia Marinha e Oceanografia, fundado em 1952 e localizado na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, na casa de veraneio do então reitor Joaquim Amazonas, a qual passou a ser patrimônio da UFPE. O instituto foi o segundo centro oceanográfico criado no país e o primeiro da Região Nordeste.

O Instituto de Biologia Marinha e Oceanografia consolidou-se somente seis anos após sua fundação, em 1958, com a contratação dos pesquisadores François Ottmann e Jeanne-Marie Ottmann, ambos pertencentes à Seção de Geologia Marinha do Laboratório de Geografia Física da antiga Universidade de Paris (Sorbonne), França. Em 1968, o instituto passou a ser denominado Laboratório de Ciências do Mar (Lacimar). Em 1973, como fruto de uma reforma administrativa, o Lacimar foi transformado no Departamento de Oceanografia (Docean) do então Centro de Tecnologia da UFPE, atualmente chamado de Centro de Tecnologia e Geociências (CTG). Em 1990, a sede do Docean foi transferida da praia de Piedade para o Campus Recife da UFPE.