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Geociências promove defesa de teses hoje (18) e amanhã (19)

Os trabalhos serão defendidos às 15 e às 14h, respectivamente

O Programa de Pós-Graduação em Geociências (PPGeoc) realizará hoje (18) a defesa da tese de doutorado “Estudo Geoquímico e Geocronológico dos Sedimentos do Rio Paratibe, Pernambuco”. O trabalho, escrito por Bethania Maria Pontes, orientado pelo professor João Adauto Neto e coorientado pela professora Lúcia Maria Valença, será defendido às 15h na sala de projeções do Departamento de Geologia (sala 522). A banca examinadora será composta pelo orientador e pelos professores Valdir Manso (UFPE); Virgínio Neumann (UFPE); Wanilson Silva (Unicamp); Elvis de França (CRCN/CNEN). Os suplentes serão os professores Mário Ferreira de Lima Filho (UFPE); e Paulo Roberto Martins Baisch (Furg).

Amanhã (19), o programa promoverá a defesa da tese “Dispersão e Mobilidade de Radionuclídeos no Aquífero Beberibe (Olinda-PE) e suas Consequências Ambientais”. O projeto escrito por Ana Claudia de Paiva, também orientado pelo professor João Adauto Neto e coorientado pelo professor Elvis França, será defendido às 14h na mesma sala da defesa anterior. A banca examinadora contará com o coorientador e os professores José Geilson Demétrio (UFPE); Mário Ferreira Filho (UFPE); Germano Melo Junior (UFRN); Wanilson Luiz Silva (Unicamp). Os suplentes serão as professoras Lúcia Maria Valença (UFPE) e Maria Helena Hollanda (USP).

Resumo 1

A avaliação das condições ambientais do Rio Paratibe e de seu sistema estuarino (litoral norte de Pernambuco/Brasil) foi realizada através da sondagem de sedimentos de fundo e de testemunhos. Foram determinadas nos sedimentos as concentrações de elementos químicos (total e biodisponível), a geocronologia (210Pb), a fração argila, a matéria orgânica e o carbonato total, além da condutividade elétrica, o pH e a temperatura das águas superficiais. Os dados avaliados nos sedimentos de superfície demonstraram comprometimento do rio a leste da rodovia BR-101 onde as concentrações, em fração biodisponível, do Cd, Cu, Ni, Pb e Zn se inseriram nos intervalos de efeito adverso de agências ambientais. A ACP aplicada aos sedimentos de fundo apontou para dois ambientes principais em que o rio está inserido, confirmando interferências antrópicas notoriamente em seu médio e baixo cursos. Nos dados de testemunhos, constatou-se que a hidrodinâmica, influência da energia das correntes marinhas, refletiu no maior ou menor acúmulo dos sedimentos. Os picos considerados anômalos de Cu e Zn, nos testemunhos, permitiram caracterizar as atividades humanas ao longo dos anos. O teste de correlação aplicado aos testemunhos indicou quais elementos químicos ocorrem associados ao longo dos anos na coluna de sedimentos, bem como permitiu identificar que o óxi-hidróxido de Fe e os argilominerais foram importantes componentes que controlaram a distribuição química dos metais nos sedimentos testemunhados. Nos sedimentos de fundo e testemunhos, o Zn apresentou-se enriquecido, em relação aos valores de background no Estado de Pernambuco, que além de evidenciar influências antrópicas também remeteu aos depósitos de fosforitos, já estudados na área. Diante desses fatores, na avaliação geral do Rio Paratibe é possível enquadrá-lo como comprometido, em seu trecho urbano-industrial, por influências antrópicas, sendo necessário monitoramento ambiental a fim de se preservar o principal curso hídrico da cidade do Paulista-PE.

Resumo 2

A porção do Aquífero Beberibe localizado no município de Olinda está inserida na Bacia Sedimentar Paraíba, definida como uma sequência de sedimentação clástica e química de idade do Cretáceo ao Neógeno, composta, da base para o topo, pelas formações Beberibe (arenitos), Itamaracá (arenitos calcíferos),Gramame (calcários), Maria Farinha (calcários e margas) e Barreiras (arenitos e argilitos). Capeando a Formação Itamaracá, ocorre uma camada descontínua e variável em espessura (1 a 3m) de fosforito uranífero, contendo níveis elevados de radionuclídeos (238U, 232Th, 226Ra e 228Ra). Como os recursos hídricos do Aquífero Beberibe são utilizados para abastecimento público, é plausível a exposição da população a níveis mais elevados desses radionuclídeos naturais, uma vez que, por drenança vertical, a água possa passar através do fosforito, antes de chegar ao aquífero. Assim, o objetivo desta pesquisa foi estudar a distribuição de radionuclídeos nas águas de poços do aquífero Beberibe localizados no município de Olinda-PE a partir da interação das águas destes poços com a camada do fosforito. Nesse caso, em um testemunho de sondagem do projeto K-T, (62,2 metros de profundidade) representando a sucessão geológica típica que ocorre no substrato de Olinda, foram quantificados Ca, Mg, P, Si e 238U, 232Th, 226Ra e 228Ra em amostras de rochas (fosforito e calcários) por Fluorescência de Raios-X por Dispersão de Energia (EDXRF) e por Espectrometria Gama de Alta Resolução (EGAR) para se estimar a distribuição do fosforito uranífero neste perfil. Amostras de água subterrânea foram coletadas em 20 poços, operados pela Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento), estrategicamente selecionados de modo a serem espacialmente representativos do município estudado. Para identificar a origem dos elementos químicos presentes na água dos poços, foi empregada a técnica de razão isotópica 87Sr/86Sr analisadas por Espectrometria de Massas com Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-MS) nas amostras de rochas do perfil geológico e nas águas dos poços, após digestão química. Finalmente, foi avaliada a presença de radionuclídeos naturais nas águas dos poços de Olinda (PE) pela combinação das técnicas do Contador Proporcional de Fluxo Gasoso (alfa total, beta total, 226Ra e 228Ra), de ICP-MS (U e Th naturais) e de Cintilação Líquida de Ultra-Baixa Radiação de Fundo para a quantificação de 222Rn, um dos principais radionuclídeos para a avaliação de risco para a saúde da população. Os resultados das amostras de rochas do perfil geológico indicaram a presença de fosforito em subsuperfície (camadas de 59,86m a 62,20m de profundidade), contudo, o fosforito uranífero não apresentou distribuição homogênea no perfil, cujas concentrações variaram entre 10,4 a 35,1Bq/kg para 228Ra; 16,3 a 486Bq/kg para 226Ra, 11,1 a 32,8Bq/kg para 232Th e 163,9 a 820,5Bq/kg para 238U. As análises da razão isotópica 87Sr/86Sr apontaram para uma assinatura geoquímica congruente entre as águas dos poços e as camadas de rochas estudadas: calcários (0,70714 a 0,70770), fosforito (0,71155 a 0,73033), e água (0,70104 a 0,73397). Para as concentrações dos radionuclídeos naturais nas águas dos poços, os valores de 238U variaram de 0,36µg/L a 1,80µg/L, estando abaixo do valor máximo permitido pela Portaria nº 2.914 do Ministério da Saúde (30,00µg/L); as concentrações de Th atingiram 0,02µg/L, enquanto os resultados variaram de 0,06 a 0,17Bq/L para 226Ra e 0,08 a 0,25Bq/L para 228Ra. Com isso, conclui-se que, mesmo as águas apresentando contato com as camadas de rochas, não houve contribuição significativa do fosforito uranífero para a concentração dos radionuclídeos na água dos poços, fato, ainda, comprovado pelas baixas concentrações de 222Rn, cujos valores variaram de 2,4Bq/L a 29Bq/L, muito inferiores aos encontrados em águas de poços de ocorrências uraníferas (média de 184,5kBq/L) na região de Caitité, Estado da Bahia. Finalmente, do ponto de vista da potabilidade radiológica, os valores máximos encontrados de radiação alfa e beta total foram inferiores aos limites permissíveis pela Portaria nº2.914 do Ministério da Saúde de 0,5Bq/L (alfa total) e 1,0Bq/L (beta total), corroborando a qualidade da infraestrutura quanto à produção de água potável no município de Olinda.

Mais informações
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Data da última modificação: 18/11/2019, 15:56

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