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Estudo sobre uso de plantas medicinais no tratamento de doenças infecciosas é premiado em congresso internacional

Trabalho é de autoria do pós-doutorando José Jailson Lima Bezerra, da Pós-Graduação em Biologia Vegetal

O uso de plantas medicinais no tratamento de doenças infecciosas causadas por microrganismos patogênicos, como bactérias, vírus, fungos e parasitas, foi tema de trabalho premiado durante o 2º Simpósio Brasil França de Química Medicinal, ocorrido em outubro, na Paraíba. O estudo, que conquistou o 2º lugar na área de Biologia, Farmacologia e Fisiologia, tem autoria do pós-doutorando José Jailson Lima Bezerra, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal (PPGBV) da UFPE. Jailson fez um levantamento de plantas utilizadas por comunidades de 15 municípios paraibanos no tratamento de infecções, além de identificar aquelas já investigadas em ensaios clínicos.

“Um total de 31 espécies, distribuídas em 22 famílias botânicas, são utilizadas contra infecções por comunidades tradicionais em diferentes municípios do estado da Paraíba”, explica José Jailson. “No entanto, apenas sete espécies tiveram os seus produtos fitoterápicos avaliados em ensaios clínicos randomizados”, completa o pesquisador. Jailson explica que produtos à base de Aloe vera (babosa), Anacardium occidentale L. (cajueiro) e Punica granatum L. (romã) têm sido alvo de várias aplicações odontológicas para auxiliar no tratamento de infecções bucais com eficácia similar à dos produtos quimicamente formulados. As espécies Kalanchoe pinnata (courama) e Phyllanthus niruri (quebra-pedra) também foram relatadas, pois apresentam potencial promissor contra doenças causadas por microrganismos patogênicos.

Intitulado “Plantas medicinais utilizadas no tratamento de doenças infecciosas no estado da Paraíba, Brasil: Perspectivas para o desenvolvimento de novos antimicrobianos baseados em evidências clínicas”, esse foi o primeiro estudo a reunir publicações da literatura sobre o potencial medicinal da flora paraibana no tratamento de doenças infecciosas. O trabalho teve como base 36 artigos, publicados nos últimos 20 anos (2003 a 2023). “Considerando a urgência no desenvolvimento de novos antimicrobianos de amplo espectro, pretendo continuar o levantamento bibliográfico sobre as plantas medicinais utilizadas tradicionalmente para o tratamento de doenças infecciosas em outros estados brasileiros e identificar os produtos fitoterápicos obtidos dessas espécies de interesse clínico”, afirma José Jailson. Ao final da pesquisa, todos os dados serão compilados em um artigo científico e divulgados para a comunidade científica.

SIMPÓSIO - Realizado de 26 a 28 de outubro, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o 2º Simpósio Brasil França de Química Medicinal teve entre seus objetivos integrar pesquisadores brasileiros e franceses atuantes na área de química medicinal, que abrange investigações em diversas áreas do conhecimento, como ciências médicas, farmacêuticas, químicas, biológicas e computacionais, entre outras. Teve ainda o objetivo de ampliar a colaboração entre universidades brasileiras e francesas, contribuindo para a internacionalização dos programas de pós-graduação e permitindo o estabelecimento de novos projetos em parceria, visando a troca de experiências e a mobilidade internacional de estudantes e pesquisadores.

O simpósio foi uma realização da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Contou, em sua organização, com a colaboração das professoras da UFPE Teresinha Gonçalves da Silva (comissões Organizadora e Científica) e Janaína Versiani dos Anjos (Comissão Científica). Teve ainda a participação, como palestrante, do professor André Lima Aires, do Instituto Keizo Asami (iLika).

Data da última modificação: 10/11/2023, 14:14

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