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UFPE lamenta falecimento do mestre Hélio Soares, do Laboratório Oficina Guaianases de Gravura

Oficina Guaianases, marco na história da litogravura brasileira, contou com a expertise de mestre Hélio na aquisição e manipulação do maquinário

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) lamenta, com profundo pesar, a morte de mestre Hélio Soares, figura seminal na valorização e excelência da litogravura em Pernambuco. O artista visual faleceu ontem (26) e o enterro aconteceu hoje (27), no Cemitério Jardim Metropolitano, em Olinda.

Foto: Leo Motta

Mestre Hélio ensinava a técnica da gravura e criava seus trabalhos

Mestre Hélio Soares, que adquiriu conhecimentos técnicos em máquinas de impressão litográfica durante o período que trabalhou no setor industrial, foi um dos fundadores da Oficina Guaianases, marco na história da litogravura brasileira. O movimento criado pelos artistas João Câmara e Delano, em 1974, contou com a expertise de mestre Hélio na aquisição e manipulação do maquinário que dava vida às criações em pedra de artistas como Gilvan Samico, Tereza Costa Rego, Gil Vicente, entre outros grandes nomes que passaram pela Guaianases.

Em 1995, com o encerramento das atividades da Guaianases, o maquinário, as pedras e parte do seu acervo artístico foi doado à UFPE. O ateliê foi reinstalado no Centro de Artes e Comunicação (CAC) com o nome Laboratório Oficina Guaianases de Gravura e tinha mestre Hélio Soares à frente dos trabalhos. Além de preparar as pedras para a gravura e sua posterior impressão, mestre Hélio Soares ensinava a técnica e mantinha sua própria produção artística. No espaço do CAC, desenvolveu ainda o coletivo Ita-Quatiara, junto a Rennat Said e a José Rodrigues, como um espaço para intercâmbios com outros artistas.

Para o diretor de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, Pedro Alessio, mestre Hélio Soares manteve viva a Oficina Guaianases, um marco da cultura visual pernambucana. “Ele é uma representação maravilhosa do que são a extensão e a cultura na Universidade”, afirma, ressaltando que o mestre acolhia e fomentava um movimento de educação e formação dentro da Universidade inclusive para pessoas de fora da comunidade acadêmica.

Através de nota publicada no Instagram, o Laboratório de Práticas Gráficas (LPG), vinculado ao Departamento de Design da UFPE, destacou a importância de mestre Hélio Soares nas práticas de ensino e de pesquisa através de disciplinas oferecidas pelo CAC. “Os professores Isabella Aragão e Silvio Campello, vinculados ao LPG, desenvolveram pesquisas e, em especial, ofertaram algumas disciplinas sobre litografia para o curso de Design em que se tornaram tão estudantes de seu Hélio quanto os discentes matriculados. Muito do que nós aprendemos sobre litogravura foi graças ao mestre Hélio”, afirma a nota.

“Ao longo de mais de 50 anos dedicados à técnica e à poética da litogravura, mestre Hélio foi uma das figuras mais generosas no que diz respeito ao compartilhamento do seu saber com os alunos. Foi mestre por excelência. A arte brasileira e a UFPE devem muito a ele e ao seu amor pela litogravura”, avalia o coordenador do Instituto de Arte Contemporânea da UFPE, Talles Colatino.

Data da última modificação: 27/05/2020, 16:21