Pesquisa realizada por professores e estudantes de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco encontrou vestígios das primeiras construções, datadas do século 16, feitas na área do antigo Engenho Jaguaribe, em Abreu e Lima. O trabalho, coordenado pela professora Cláudia Alves Oliveira, do curso de Arqueologia, localizou, no subsolo, materiais que possivelmente são da época da implantação do engenho de açúcar na região e que vão possibilitar aos pesquisadores reconstituir a configuração original do engenho, como restos de piso de taipa batido da casa-grande, pedaços de parede, alicerces, uma base de pedra e uma canaleta.

Com a pesquisa em campo até amanhã (31), os arqueólogos procuram entender a utilização dada ao espaço, estabelecer uma cronologia mais segura e definir as atividades diferenciadas nas áreas. De acordo com a coordenadora da pesquisa, os achados confirmam a descrição do Engenho Jaguaribe feita pelo viajante inglês Henry Koster no século 19, que ficou hospedado na casa do capitão-mor e relata que via a capela à frente, a fábrica (onde era produzido o açúcar) atrás e a casa-grande e a senzala à esquerda. A próxima pesquisa será em busca de vestígios da senzala, construções frágeis que não resistem à passagem dos séculos.

PALESTRAS – Além da pesquisa, a equipe estará fazendo uma ação de educação patrimonial em Abreu e Lima com exposição dos achados arqueológicos na Escola Polivalente, com a exposição “447 anos de contato e histórias Arqueologia e Identidades”, das 8h30 às 16h.

No dia 1º de setembro, no auditório da Escola Municipal Francisco Barros, de 8h às 12h, haverá as seguintes palestras: Preservação Ecológica e Cultural da Sesmaria Jaguaribe, às 8h; Preservação e Gestão do Patrimônio do Engenho Jaguaribe, às 8h40; Memória de Pernambuco, às 9h20; Capelas Coloniais do Nordeste do Brasil, às 10h10; Reflexões Acadêmicas sobre Arqueologia na Sesmaria Jaguaribe: Produção dos Alunos de Graduação em Arqueologia da UFPE, às 10h40; e às 11h30, um debate final.

O engenho faz parte da Sesmaria Jaguaribe, doada por Duarte Coelho, primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, ao português Vasco Fernandes de Lucena, em 1540. Situado na zona rural, Jaguaribe é um dos primeiros engenhos de açúcar de Pernambuco.