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Agentes Populares de Saúde recebem certificado de curso de extensão coordenado pela UFPE
Com 20 horas, o curso de extensão é uma estratégia da Campanha Mãos Solidárias e Periferia Viva
Representando mais de 700 colegas de 73 turmas em todo o Estado, 22 agentes populares de saúde (APS) participaram da cerimônia de formatura do curso de formação de APS “Ajudando minha comunidade no enfrentamento da pandemia de Covid-19”. A solenidade foi realizada ontem (21) à tarde, no Auditório Reitor João Alfredo, na Reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com transmissão via YouTube.
Fotos: Anderson Lima
Solenidade foi realizada ontem (21) à tarde, no Auditório Reitor João Alfredo
Com 20 horas, o curso de extensão, com certificação pela UFPE, é uma estratégia da Campanha Mãos Solidárias, campanha de solidariedade organizada pelos movimentos populares de Pernambuco, e Periferia Viva em parceria com a Fiocruz-PE, Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Arquidiocese de Olinda e Recife e movimentos sociais do campo e da cidade.
Para o coordenador da Campanha Mãos Solidárias, Paulo Mansan, o sentimento é de gratidão pela missão cumprida. Ele explica que, além das que acabaram de se formar, há diversas outras turmas em andamento e cada agente atende de 20 a 50 pessoas. “Queremos ser uma mola propulsora de organização do povo”, afirmou, destacando que mais de 700 toneladas de alimentos da agricultura familiar foram doadas pela campanha.
Coordenadora-geral dos cursos APS, Paulette Cavalcanti afirmou que a função da Fiocruz está atrelada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e que a formação tem o papel de incentivar uma atuação no território em que os agentes moram, resultando em 150 a 200 mil pessoas atendidas. Ela falou que foi criada uma tecnologia, usando uma garrafinha, para permitir a limpeza das mãos economizando água. “A UFPE teve um papel muito importante”, frisou.
“Sem a participação da comunidade, não teríamos chegado tão longe”, lembrou a professora Ana Wládia, coordenadora do curso de extensão na UFPE. “São pessoas que saíram de suas casas e abraçaram essa missão de levar educação de porta em porta”, disse. Representante dos movimentos sociais, Iza Gabriela afirmou que os agentes levam não apenas comida e informação, mas também esperança, no sentido freiriano.
22 agentes representaram mais de 700 colegas de 73 turmas
Moradora do Ibura e representando os agentes na solenidade, Cristiane Martins de Souza Ventura disse que viu uma mudança imensa em sua comunidade. “O Mãos Solidárias chegou para mostrar o que é uma comunidade unida”, disse. Em seguida, as formandas Neidjane Cordeiro e Bernadete Santos fizeram o juramento e houve a entrega dos certificados pelo reitor.
A agente Luciene Barros ressaltou que os agentes são capacitados para auxiliar a comunidade contra a pandemia, buscando diminuir as desigualdades e vulnerabilidades sociais, com o apoio de ações como os bancos de alimentos e as cozinhas solidárias. A secretária executiva da Secretaria de Saúde de Pernambuco, Fernanda Tavares, se disse muito emocionada e pediu aos agentes para multiplicarem as informações que receberam.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Oussama Naouar, destacou o papel de Paulo Freire na fundação da extensão na UFPE em 1962, lembrando que a extensão anda de mãos dadas com os movimentos sociais e em constante articulação com a sociedade civil. Para ele, além da imunização da vacina, é preciso criar imunidade também contra a ignorância e a negação da ciência no país.
O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, defendeu que o projeto deve continuar mesmo após a pandemia. “Os desafios sociais são muito grandes em nosso país”, afirmou. O reitor Alfredo Gomes lembrou que é muito importante reafirmar a política de cotas, que completa dez anos em 2022. “São políticas públicas muito acertadas que precisamos defender. A universidade é parte de um projeto de país soberano”, afirmou.
SAIBA MAIS – Os APS são comunitários que, voluntariamente, participaram da formação para atuar em sua comunidade com ações de educação popular em saúde e ações solidárias no enfrentamento à pandemia da Covid-19 e suas consequências, buscando a organização popular e solidária local, minimizando o esgarçamento das desigualdades sociais que foram potencializadas durante a pandemia.