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Curso de Medicina do Campus Recife da UFPE comemora cem anos de fundação

A programação traz palestras, exibição de vídeo e pronunciamentos de autoridades e convidados

O curso de graduação em Medicina do Campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) comemora cem anos de fundação. Para celebrar o centenário, será realizado um evento on-line, no dia 3 de dezembro, das 10h às 12h30, com transmissão aberta ao público no canal da UFPE no YouTube. A programação traz palestras, exibição de vídeo e pronunciamentos de autoridades e convidados.

Sinônimo de qualidade acadêmica e compromisso social, o curso de Medicina da UFPE figura entre os mais tradicionais do Brasil. “O curso foi criado num período em que grassavam pelo nosso país as piores práticas de curandeirismo e charlatanismo, o que, por si só, já atesta a sua importância histórica”, explica o professor Silvio da Silva Caldas Neto, diretor do Centro de Ciências Médicas (CCM) da UFPE/Faculdade de Medicina do Recife. “[O curso] vem formando profissionais de altíssimo nível e de reconhecimento internacional, tendo contribuído de modo decisivo para o desenvolvimento do que se costumou denominar de segundo polo de saúde mais importante do Brasil”, completa.

Sendo a área da saúde um dos principais focos das demandas sociais, especialmente no atual contexto da pandemia do novo coronavírus, a atuação médica assume papel relevante na vida das pessoas. “Os egressos [do curso] vêm prestando um inestimável serviço para a nossa população, particularmente àqueles que dependem do SUS [Sistema Único de Saúde], em todas as esferas, mais notadamente na atenção primária, onde envidam enormes esforços num contexto já bem conhecido de subfinanciamento”, afirma Silvio Caldas. O curso de Medicina do Campus Recife da UFPE já formou milhares de profissionais ao longo de sua história.

Devido à pandemia do novo coronavírus, o centenário do curso será celebrado em modo virtual. O evento comemorativo contará com duas palestras: “A Academia Pernambucana de Medicina: Continuação do Ideário de Octavio de Freitas”, com o professor Hildo Azevedo, presidente da Academia Pernambucana de Medicina; e “Centro de Ciências Médicas – A História de um Resgate”, com o professor emérito Silvio Romero Marques, ex-vice-reitor da UFPE. Um vídeo mostrando a história do curso também será exibido ao público.

NÚMEROS – Atualmente, 838 estudantes estão vinculados à graduação em Medicina do Campus Recife da UFPE. E cerca de 230 docentes atuam no curso. São ofertadas 140 vagas anuais para novos alunos via Sistema de Seleção Unificada (Sisu)/MEC, sendo 70 vagas para primeira entrada e 70 vagas para segunda entrada. O tempo regular de integralização da graduação é de 12 semestres letivos.

HISTÓRICO – A Faculdade de Medicina do Recife (FMR) deu os primeiros passos, no ano de 1915, sob a liderança do médico Octávio de Freitas, no seio da Escola de Farmácia, com a reunião da sua 1ª Congregação. Entretanto, a escola médica não começou a funcionar naquele momento por dificuldades de financiamento. Foi no ano de 1920 que a escola entrou de fato em funcionamento, ainda dentro da Escola de Farmácia, na Rua Barão de São Borja, na área central do Recife. Naquele ano, reuniu-se a 2ª Congregação da FMR, tendo sido realizada a primeira aula no mês de julho. A primeira turma graduou-se em dezembro de 1925.

A Congregação foi formada pelos médicos Octávio de Freitas, Tomé Dias, Ascânio Peixoto, Alfredo Medeiros, Arsênio Tavares, Isaac Salazar, Frederico Curio, Raposo Pinto, Costa Carvalho, Lins e Silva, Artur de Sá, Mário Ramos, Gouveia de Barros, Paulo Aguiar, Souto-Maior, Monteiro de Morais, Bandeira Filho, Luiz de Góes, Ulisses Pernambucano, Gilberto Fraga Rocha, Alfredo Costa, João Marques, Arnóbio Marques, além dos farmacêuticos Braga Guimarães e Antônio Inácio.

Em 1927, a FMR inaugurou a sua primeira sede própria, no bairro do Derby, no Recife, onde hoje funciona o Memorial da Medicina de Pernambuco. Em 1946, a FMR passou a integrar a Universidade do Recife, fundada naquele ano e que reuniu um conjunto de escolas de nível superior existentes em Pernambuco. Em 1958, a FMR foi transferida para a Cidade Universitária, local que hoje abriga o Campus Recife da UFPE.

Em 1975, foi criado o Centro de Ciências da Saúde (CCS) da já denominada Universidade Federal de Pernambuco. A FMR, então, tornou-se um curso sob a responsabilidade de sete departamentos do CCS.

“Considero curioso justamente o fato de ele [o curso de Medicina] ter sido fecundado no ventre da Escola de Farmácia, mas ter enfrentado uma gestação de cinco anos, só vindo à luz em 1920. Mas manteve-se atado àquela por um cordão umbilical durante mais sete anos, após o que partiu para sua sede própria, em 1927. É curioso também que, em 1928, um ano após a emancipação [de Medicina], a Escola de Farmácia, junto com a de Odontologia, foi anexada pela FMR. Ou seja, a filha, depois, passou a albergar a mãe. Só depois, com a criação da UFPE, é que os três cursos foram separados para ficarem, junto com outros, sob o guarda-chuva do Centro de Ciências da Saúde”, conta o professor Silvio Caldas.

Durante quatro décadas, a administração do curso da UFPE ocupou um espaço no 3º andar do Hospital das Clínicas (HC). No ano de 2017, foi inaugurado o novo prédio do curso de Medicina, localizado ao lado do CCS, no Campus Recife da UFPE. E, em 2018, o curso de Medicina foi desvinculado do CCS e foi concentrado no Centro de Ciências Médicas (CCM), que atualmente tem como diretor o professor Silvio da Silva Caldas Neto e como vice-diretora a professora Márcia Silva de Oliveira.

Data da última modificação: 01/12/2020, 17:23