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Jornada de Saúde Mental do HC trata dos diversos aspectos da área no CCS

Evento contou com profissionais do HC e da Secretaria de Saúde

Foto: Divulgação

Atendimento multiprofissional foi destaque nas palestras

O Serviço de Saúde Mental do Hospital das Clínicas da UFPE, unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), promoveu ontem (26) a 1ª edição da Jornada de Saúde Mental do HC. O evento ocorreu no Auditório Jorge Lobo, no Centro de Ciências da Saúde (CSS) da Universidade.

O superintendente do HC, Frederico Jorge Ribeiro, abriu a jornada ressaltando a importância do evento e das temáticas abordadas, falou sobre o Setembro Amarelo (campanha de prevenção ao suicídio), além de destacar a evolução e o crescimento do Serviço de Saúde Mental que está mais modernizado e com uma equipe maior.

“Atualizações sobre a Política de Saúde Mental” foi a primeira temática abordada no evento e foi ministrada por Cleide Maria Batista, assistente social do CAPSad, que abordou pontos como a Reforma de Saúde Mental, a política de Saúde Mental na atualidade, além de reforçar que a gestão cria os modelos, mas quem coloca em funcionamento e quem faz a rede são os trabalhadores que estão na assistência.

Gustavo Arribas, membro da Gerência de Atenção à Saúde Mental (Gasam) da Secretaria Estadual de Saúde (SES), também abordou o tema, explicando como funcionam a Rede de Atenção à Saúde (RAS) e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Ao falar sobre a Política Nacional, reforçou a necessidade de legislações mais incisivas e mais abrangentes sobre o cuidado integrado, além da necessidade de mais investimentos em equipamentos modernos nas RAPS. Ele também mencionou que o HC e o Otávio de Freitas são os únicos hospitais gerais em Pernambuco que possuem Enfermaria de Psiquiatria.

Uma das diretrizes da RAPS é o respeito aos Direitos Humanos, a promoção da equidade e o combate ao estigma e ao preconceito. “O estigma e o preconceito não são só da população. Pesquisas científicas mostram que profissionais de saúde ainda acham que o único médico que tem que acompanhar o paciente com esquizofrenia e com transtorno mental é o psiquiatra e que só os profissionais multidisciplinares da Saúde Mental devem acompanhar esses pacientes. Isso é um engano”.

Ainda na programação da manhã, foi realizada a mesa temática “Perspectivas multidisciplinares da depressão”. No aspecto da medicina, Rodrigo Silva explicou o que é depressão, reforçou que não se trata de fraqueza, e sim de uma doença que precisa ser tratada, os sintomas, como diagnosticar, formas de tratamento, entre outros. A psicóloga Cinthia Cavalcanti focou na sensibilização, com frases comuns que os pacientes com depressão costumam ouvir e que precisam ser evitadas, discorreu ainda sobre os sentimentos do paciente, além do papel da Psicologia nesse processo de tratamento. A mesa temática foi encerrada pela terapeuta ocupacional Naianna Santos, que explicou o que é a terapia ocupacional, como atua, os procedimentos na Enfermaria do HC, entre outros.

O evento ainda contou com uma homenagem à assistente social Marcelle Nogueira, que está na Enfermaria de Saúde Mental desde 2003, ano em que entrou na instituição, e também com a apresentação cultural do grupo vocal Bom Dia!.

TARDE –“Entendendo a Síndrome de Burnout” foi a temática que deu início às atividades da tarde, e o psiquiatra forense, José Brasileiro, explicou o que é a síndrome, expôs dados e elencou os fatores de riscos. Já a enfermeira Viviane Arribas falou sobre o adoecimento dos profissionais de saúde que são os terceiros na lista de vulnerabilidade.

Encerrando a programação da jornada, a temática “Diálogos sobre o suicídio” foi abordada pelo médico Ezron Maia que trouxe recortes históricos sobre o tema na visão de autores, como Émile Durkheim; e abordou pontos como prevenção do suicídio, fatores de risco, entre outros. O psicólogo Kleuder Nunes contextualizou o tema, expôs dados epidemiológicos da Organização Mundial da Saúde (OMS), além da indignação e busca de entendimento por parte das famílias enlutadas por suicídio.

“Esse evento é importante, para nós, porque podemos mostrar como realizamos nosso trabalho, podemos compartilhar com as pessoas que não vivem a experiência do que é o atendimento e o cuidado na Saúde Mental. Ao compartilhar nossas vivências, as pessoas podem refletir e questionar a própria visão sobre o transtorno mental, o processo de tratamento e saber que existem lugares, pessoas especializadas e disponíveis para atender quem está precisando de ajuda. Também é significativo para a nossa equipe, pois reforça a integração, o sentimento de unidade e também a autoestima, principalmente quando homenageamos pessoas que são bastante representativas no trabalho”, afirmou Tiago Durães, chefe do Serviço de Saúde Mental do HC.

Data da última modificação: 27/09/2019, 14:19