A Caixa Cultural Recife recebe, a partir desta quinta-feira (dia 10), a exposição "Conexões Viscerais", uma instalação monumental já vista no Centro de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE que pulsa afeto, memória e resistência. A concepção da obra é assinada pelo artista Eliú Damasceno e foi desse processo que nasceu o Coletivo Viscerais, formado por artistas estudantes de Artes Visuais da UFPE e outros profissionais. A curadoria é das professoras Joana D’Arc Lima e Renata Wilner, ambas do Departamento de Artes da Universidade. A abertura da mostra, nesta quinta (10), às 19h, contará com visita guiada com o artista Eliú Damasceno e o Coletivo Viscerais.

“Visceral” – um coração gigante com artérias que se conectam ao espaço expositivo – propõe como metáfora transformar a cidade em um organismo vivo, com veias que carregam histórias, corpos e emoções. A obra é fruto de um processo coletivo, transdisciplinar e expandido para além dos muros da Universidade nascido durante a disciplina de Tridimensionalidade que cresceu e deu origem ao Coletivo e à exposição. A mostra tem apoio da Bolsa de Incentivo à Criação Cultural (BICC/UFPE), da Pró-Reitoria de Extensão da UFPE.

Construída com matéria-prima oriunda da construção civil, a escultura foi desenvolvida a partir de pesquisas em materiais, texturas e tonalidades que remetem às vísceras humanas, evocando visualmente a força vital e poética de um órgão que simboliza amor, resistência e conexão. Uma das grandes inspirações para a peça foi o conto de terror “O habitante da escuridão", de HP Lovecraft, autor americano que criou o Horror Cósmico e suas criaturas colossais e que também foi inspiração para a série Stranger Things.

Além da instalação, o público poderá conferir uma seleção de 24 fotografias coloridas e em preto e branco, realizadas pelo coletivo e pelo artista convidado Vitor Diniz. Os registros documentam o processo de criação do “coração” e provocam novos olhares sobre a cidade, o corpo e as relações.

Instalada anteriormente no Centro de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE, a obra agora ganha o centro simbólico da cidade em uma ação que visa humanizar o espaço urbano e promover o reencontro entre arte, território e cotidiano. “Este transplante do coração para a Caixa Cultural é um gesto poético de resistência e ocupação. Um chamado ao pulsar coletivo como forma de cura”, destaca a curadoria. "Conexões Viscerais" convida o público a pensar a cidade como um corpo plural, feito de histórias e afetos muitas vezes invisibilizados, propondo uma revirada amorosa do tecido social e resgatando a escuta sensível como ferramenta política e estética.

ATIVIDADES EDUCATIVAS
Como parte da programação da mostra, serão realizados dois encontros presenciais visando aprofundar o diálogo sobre o processo criativo e os sentidos da obra em conexão com o espaço urbano. No dia 27 de julho, às 15h, acontece uma mediação com o artista Eliú Damasceno, Marcos Alberto e Thalita Gomes. Já no dia 9 de agosto, às 11h, o público poderá participar de uma mediação com o artista e o Coletivo Viscerais.