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Miguel Soares Palmeira

Há 156 anos nascia, Miguel Soares Palmeira, que foi deputado federal, jornalista.
 
Miguel Soares Palmeira Filho, nasceu no dia 10 de setembro de 1865, na zona rural do município de São Miguel dos Campos, estado de Alagoas, em uma das dependências da casa grande do engenho Prata. Era filho do Comendador e Barão de Coruripe, Miguel Soares Palmeira e de dona Julieta Júlia. Neto materno de Manuel Duarte Ferreira Ferro, o Barão de Jequiá e com Ana Rita Angelica Couto.
 
Teve sua educação escolar consolidada em Alagoas e onde fez todo o exame preparatório. Aos 15 anos, ingressou no Curso Jurídico na Faculdade de Direito do Recife em 1881, após ter sido aprovado nos exames preparatórios. Num período agitado pelas ideias de Tobias Barreto, onde também estudavam na época Graça Aranha, Raul Pompeia, Clóvis Beviláqua, Epitácio da Silva Pessoa, entre outros. Com 21 anos de idade, bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito do Recife a 01 de dezembro de 1886.
Em junho de 1889, seu pai foi condecorado com o título de Barão de Coruripe, pelo então Imperador do Brasil Dom. Pedro II, mas não chegou a receber a carta nobiliárquica, pelo fato do Brasil ter passado a condição de República.
 
De natureza inquieta, perambulou por vários cargos e funções em alguns estados brasileiros. Foi juiz de Direito no Mato Grosso, São Paulo (Santana do Parnaíba) e juiz Municipal em Niterói, no Rio de Janeiro. Sendo também, Diretor da Imprensa Oficial e de Secretário Particular do Governador Silvério Neri.
 
Não aceitou o cargo de diretor da Secretaria da Guerra no governo do presidente Floriano Peixoto para ficar em seu estado natal, onde atuou na política local.
 
O jornal de Maceió, sábado, 10 de fevereiro de 1900, mostra a Propaganda eleitoral de Miguel Soares Palmeira para governador.
Recorte do jornal O Orbe (AL) – 10 de fevereiro de 1900
 
Em Alagoas, foi Chefe de Polícia do governo Gabino Besouro, assumindo o cargo em dezembro de 1881, em substituição ao juiz de Direito Francisco Antônio da Silva Porto. Foi ainda juiz substituto da Capital entre 28 de setembro de 1889 e 26 de novembro de 1893. Sendo também, Secretário de Segurança do Governo Gabino Besouro e Secretário do Interior do Governo do Coronel José Vieira Peixoto.
 
No dia 13 de agosto de 1894, Miguel Soares Palmeira presidiu a reunião do Partido Democrata que deliberou por apresentar as candidaturas do Barão de Traipu e do coronel José Vieira de Araújo Peixoto para governador e vice respectivamente. As eleições daquele ano aconteceram no dia 17 de setembro e o partido conseguiu eleger seus candidatos. Nesse governo, assumiu a Secretaria da Fazenda e do Interior de Alagoas no período de 23 de agosto de 1895 a 26 de novembro do mesmo ano.
 
Foi deputado estadual entre 1895 e 1896. Disputou duas vezes o governo do Estado, em 1898 e 1900, sem obter êxito. Na eleição de 1900, sua candidatura tinha como vice o funcionário público Tibúrcio Valeriano Araújo. Foram derrotados por Euclides Vieira Malta e Miguel Nunes da Silva Tavares.
 
Nesta eleição, a exemplo de tantas outras ocorridas em Alagoas, surgiu a suspeita de fraude. Miguel Soares Palmeira já era anunciado pelo jornal Orbe do dia 1º de março de 1900 como governador eleito. Era uma forma de pressão sobre os governistas que controlavam o sistema eleitoral.
 
No dia 8 do mesmo mês, o jornal voltou a mencionar o processo eleitoral informando que ainda não havia ocorrida a apuração de votos — na época a apuração ocorria 30 após a eleição — e que o atraso se devia a preparação de atas falsas. “Como é sabido em todos os municípios, obtiveram maioria os nossos distintos amigos e correligionários dr. Miguel Soares Palmeira, o comendador Tibúrcio Valeriano; mas como ainda se está preparando atas falsas não pretendem agora, os srs. Governistas marcarem o dia da apuração”, denunciou o Orbe.
 
A troca indiretas pelos jornais procedeu até que, no dia 12 de junho de 1900, Euclides Vieira Malta foi empossado como governador de Alagoas.
 
No dia 31 de maio de 1904, casou-se com sua prima Thereza Ferro Soares Palmeira (filha de Guilherme Ferreira Ferro e de dona Teresa Teixeira Leite da cidade de Anadia), na Matriz de Nossa Senhora do Ó – uma das paraninfas da criação da Santa Cruz de Misericórdia do Hospital Dr. José Inácio de São Miguel dos Campos, em 20 de julho de 1919. Dessa união nasceram: Guilherme (Falecido com nove anos), Monsenhor Luiz Soares Palmeira (Exerceu as funções de Reitor do Seminário de Maceió), Francisco Soares Palmeira, Jorge Soares Palmeira, Celso Soares Palmeira e Rui Soares Palmeira(Deputado federal; senador, advogado, jornalista, empresário rural).
 
No Amazonas, em setembro de 1906, atendendo ao pedido do governador Antônio Constantino Nery, assumiu a Secretaria de Estado dos Negócios Interiores, onde também foi secretário particular do governador e diretor da Imprensa Oficial, assumindo esta última função no dia 1º de janeiro de 1907.
 
Em janeiro de 1915, Miguel Soares Palmeira está inscrito na chapa do partido para as eleições do final daquele mês. 
 
Três anos depois, em fevereiro de 1918, o diretório do Partido Republicano Conservador, PRC, em Alagoas apresenta sua chapa para as eleições de 1° de março daquele ano. Era composta por Alfredo de Maya, Luiz de Mascarenhas, Natálio Camboim e Miguel Palmeira. A imprensa da época estranhou a presença do liberal Miguel Palmeira entre os conservadores, principalmente após ter se destacado na oposição ao governador e marechal Gabino Bezouro.
 
Foi eleito deputado federal em 1918. Assumindo sua cadeira na Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em maio desse ano, exerceu o mandato até dezembro de 1920, quando se encerrou a legislatura. 
 
Miguel Soares Palmeira Filho era membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Alagoas – IHGA. 
 
Em julho do 1920, o Diário de Pernambuco registrou que ele tinha sido acometido de um “insulto congestivo”, mas que o estado dele era, “felizmente, lisonjeiro”. Na verdade, doente ha muitos anos, os seus padecimentos se agravaram extraordinariamente desde 1920 e o diagnóstico já indicava que teria sua vida abreviada. 
 
O filho do Barão de Coruripe, faleceu, no dia 1º de agosto de 1921, com cinquenta e cinco anos de idade, em sua propriedade agrícola no município de São Miguel de Campos, que representou este Estado na passada legislatura da Câmara federal. Seu corpo está sepultado no campo santo da Fazenda Prata, no município do Jequiá da Praia.
 
Fontes Consultadas:
 
>> Biblioteca Nacional digital Brasil -  O Orbe (AL) - 01 de fevereiro de 1900
 
>> Biblioteca Nacional digital Brasil -  O Orbe (AL) - 01 de março de 1900
 
>> Biblioteca Nacional digital Brasil -  O Orbe (AL) - 08 de março de 1900
 
>> Biblioteca Nacional digital Brasil -  Diario de Pernambuco (PE)   - 13 de junho de 1920
 
>> Biblioteca Nacional digital Brasil -  Correio da Manhã (RJ) - 03 de agosto de 1921
 
>> Biblioteca Nacional digital Brasil -  O Paiz (RJ) - 03 de agosto de 1921
 
>> Biblioteca Nacional digital Brasil -  O Jornal (RJ) -  03 de agosto de 1921
 
>> Biblioteca Nacional digital Brasil -  Diario de Pernambuco (PE) - 07 de agosto de 1921
 
>> História de Alagoas – O civilista Miguel Soares Palmeira Filho
 
>> Lista geral dos bacharéis e doutores que tem obtido o respectivo grau na Faculdade de Direito do Recife, desde a sua fundação em Olinda, no ano de 1828, até o ano de 1931 – Acervo do Arquivo da FDR  
 
>> Lista geral dos estudantes matriculados na Faculdade de Direito do Recife nos anos de 1881 a 1887 
 
>> Livro de Registro de diplomas de Doutores 1881 – 1894 – Acervo do Arquivo da FDR  
 
>> Relatório do  Livro de Registro de diplomas de Doutores 1881 – 1894 
 
>> Portal dos Escritores – Biografia do Advogado e Juiz de Direito Miguel Soares Palmeira Filho
Data da última modificação: 10/09/2021, 06:43