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Professor da UFPE está entre autores de artigo internacional sobre briozoários e suas relações evolutivas
Pesquisa é fruto de quase oito anos de trabalho colaborativo de uma equipe científica internacional
O artigo “Paleozoic origins of cheilostome bryozoans and their parental care inferred by a new genome-skimmed phylogeny” foi publicado, no dia 30 de março, na Science Advances. A pesquisa é fruto de quase oito anos de trabalho colaborativo de uma equipe científica internacional, composta por 34 pesquisadores de 17 países e 24 institutos, liderada por uma equipe central da Universidade de Oslo, na Noruega. Esse grupo tem a participação do professor da UFPE Leandro Manzoni Vieira, do Departamento de Zoologia do Centro de Biociências (CB), do Campus Recife, e curador da Coleção de Bryozoa da Universidade.
O artigo apresenta a mais completa árvore filogenética molecular de briozoários, mostrando suas relações evolutivas. Segundo o professor Leandro Vieira, que também coordena o Laboratório de Estudos de Bryozoa (LAEBry), sediado no Departamento de Zoologia da UFPE, conhecer o relacionamento dos briozoários contribui com a busca por respostas sobre como esses pequenos animais sobreviveram às crises que causaram extinções de grandes animais, servindo como modelos no estudo de evolução.
Uma das descobertas publicadas no artigo é que um dos grupos de briozoários, os Cheilostomatida, cujo registro fóssil se tornou evidente no Jurássico Superior, pode ter surgido muito antes, talvez bem antes da era dos dinossauros. Adicionalmente, o cuidado parental (esses animais são capazes de armazenar os embriões em desenvolvimento na própria colônia) teria aparecido muito cedo e várias vezes na história de vida desses animais.
Os cientistas esperam que os briozoários possam ajudar a desvendar questões gerais não respondidas na biologia evolutiva. Eles também esperam que mais pessoas, incluindo outros biólogos, comecem a perceber esse fascinante grupo de animais coloniais.
BRIOZOÁRIOS – Os briozoários são animais coloniais que se parecem mais com musgos ou líquens. Na verdade, eles não foram reconhecidos como animais quando foram descritos cientificamente pela primeira vez. Os briozoários (literalmente “animais-musgos”) são encontrados na maioria dos habitats aquáticos do mundo, mas poucas pessoas os reconhecem. Isso ocorre porque eles são pequenos e geralmente vivem em cantos e fendas em diferentes substratos marinhos. Os maiores são frequentemente confundidos com corais, mas ao contrário dos “corais de fogo” (que também não são corais), eles não prejudicam os mergulhadores.
Inofensivos, pequenos, inadequados para consumo humano e, portanto, bastante obscuros, os briozoários são, na verdade, criaturas muito comuns que merecem muito mais atenção científica e pública. Eles têm sido componentes importantes de ambientes aquáticos por centenas de milhões de anos. Mas, por muito tempo, os biólogos não sabiam realmente como as diferentes espécies de briozoários se relacionavam. Os dados apresentados no artigo “Paleozoic origins of cheilostome bryozoans and their parental care inferred by a new genome-skimmed phylogeny” abrem caminhos para suporte à compreensão dessas relações ao longo do tempo.
Mais informações
Professor Leandro Manzoni Vieira
leandro.mvieira@ufpe.br