Uma equipe da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realizou uma visita ao Porto do Recife na última sexta-feira (25) para conhecer a operação de dragagem que está sendo realizada no local. No encontro, que também contou com a participação da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), foi discutida a questão do surgimento de resíduos plásticos em praias do litoral sul de Pernambuco. O vice-reitor da UFPE, professor Moacyr Araújo, do Departamento de Oceanografia, falou sobre como fatores como as chuvas e os ventos podem influenciar no fenômeno.

Foto: Anderson Lima

No encontro, temas como poluição também foram tratados

O professor considerou que o encontro foi uma oportunidade de estreitar as relações com o Porto do Recife e também com a CPRH. “Foi um momento muito bom para abrir novas perspectivas de cooperação e interação. Discutimos a possibilidade de um projeto mais amplo que envolva a relação do porto com a cidade do Recife, que estamos chamando de Porto Cidade, com ações para minimizar o impacto do lançamento de plásticos e resíduos nos rios da região metropolitana, num foco de busca por uma economia circular que garanta a perenidade dessas ações que vão ser propostas”, explicou.

De acordo com o presidente do Porto, José Lindoso, o objetivo do encontro foi esclarecer a sociedade sobre o serviço da dragagem. Ele afirmou que a poluição das praias tem contribuição efetiva dos rios como Capibaribe, Beberibe, Jaboatão e Ipojuca, e não da dragagem. Com o depósito de sedimentos, o calado ficou comprometido. “Estamos colocando o calado nas condições normais anteriores, de 12 metros, para que possamos receber navios de grande porte, tanto de carga quanto de passageiros”, disse. O prazo para conclusão do serviço é de 40 dias, dos quais já se passaram mais de 20.

A CPRH fez o licenciamento da operação de dragagem e está acompanhando o desenvolvimento das atividades. De acordo com o diretor de Controle de Fontes Poluidoras da CPRH, Eduardo Elvino, está sendo realizado um trabalho de investigação para saber as fontes de poluição e de cobrança de ações de mitigação de resíduos que chegam dos rios Capibaribe e Beberibe, buscando uma solução a médio prazo. “A ideia é que a gente desenvolva um trabalho de cunho social e também de economia circular para evitar que esses resíduos cheguem ao estuário e, consequentemente, atinjam o mar. Com a expertise da UFPE, a perspectiva de diminuir consideravelmente a chegada deste material no mar, ou até mesmo evitá-la, é muito boa”, afirmou.